Últimas Notícias

Economia

Sociedade

Ciência e Tecnologia

Cultura

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

O Terramoto de Lisboa: 260 anos depois

Terramoto de Lisboa, 1 de novembro de 1755
No passado dia 1 de novembro celebraram-se 260 anos do terramoto de Lisboa. Em 1755, Portugal sentiu o maior terramoto que alguma vez existiu na história do nosso país. É impossível esquecer o trágico acontecimento que faz parte da História de Lisboa e que se passou a 1 de novembro de 1755. 
Um sismo de magnitude 8.5 a 9 (na escala de Ritcher), com epicentro a cerca de 250 quilómetros da capital portuguesa, criou um tsunami que atingiu a baixa da cidade após o violento movimento das placas tectónicas no Oceano Atlântico. Calcula-se que deste cataclismo tenham resultado certamente mais de 10 mil mortos, havendo quem aponte muitos mais.
Epicentro do terramoto e área do tsunami
Eram cerca da 9H30m quando o violento terramoto foi sentido e pouco depois as vagas do tsunami atingiram Lisboa, os inúmeros incêndios que se seguiram ao terramoto, e duraram seis dias, devido ao grande número de velas acesas para festejar o dia de todos os Santos, acabaram por destruir quase por completo a cidade. 
Com os vários desmoronamentos os sobreviventes procuraram refúgio na zona portuária e assistiram ao recuo das águas, revelando o fundo do mar cheio de destroços de navios e cargas perdidas. Poucas dezenas de minutos depois, um tsunami, que atualmente se supõe ter atingido pelo menos seis metros de altura, havendo relatos de ondas com mais de 10 metros, fez submergir o porto e o centro da cidade, tendo as águas penetrado cerca de 250 metros terra adentro. Nas áreas que não foram afetadas pelo tsunami, o fogo logo se alastrou, e os incêndios duraram pelo menos cinco dias. 
Para além da zona de Lisboa, foram gravemente afetadas a região de Setúbal e o Barlavento algarvio, sendo que este forte sismo foi sentido em todo o território nacional continental.
O pânico foi generalizado, o próprio rei D.José I estava em choque e não sabia o que fazer. Valeu-lhe um dos seus homens de confiança, que, no meio de tanta confusão, deixou a família para o apoiar. Chamava-se Sebastião José de Carvalho e Melo e era o secretário dos Negócios Estrangeiros.
Foi este homem que, no próprio dia e no dia seguinte ao terramoto, tomou centenas de decisões e deu várias ordens. Antes de tudo, ordenou que se enterrassem os mortos e se cuidassem dos vivos e que as ruínas das casas mais ricas fossem vigiadas por soldados para que as peças mais valiosas não
Marquês de Pombal
fossem roubadas.
A seguir, mandou limpar o entulho. Depois, começou a pensar na reconstrução da cidade, tendo escolhido dois arquitetos para desenharem uma nova Lisboa. Aliás, aquelas ruas paraleleas e perpendiculares da baixa lisboeta – também chamada pombalina – foram ideia dele e são hoje consideradas uma preciosidade arquitetónica da nossa capital.
O secretário dos Negócios Estrangeiros resolveu os problemas com tal desembaraço que o D.José I, satisfeito, deu-lhe ainda mais poder, promovendo-o, menos de um ano depois, a secretário dos Negócios do Reino, que era um cargo muito parecido com o de ministro. Com o passar do tempo, o prestígio de Sebastião José foi aumentado, tendo-lhe sido concedido, pouco depois, o título de conde de Oeiras. Mas foi com o outro título que ficou conhecido: o de Marquês de Pombal.
Passados 260 anos destes trágicos acontecimentos os especialistas em sismologia garantem que esta catástrofe irá se repetir, apenas não sabem precisar quando...

Autor:

Henrique Andrade, 6ºB