Últimas Notícias

Economia

Sociedade

Ciência e Tecnologia

Cultura

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Videochamada com cientista


No passado dia 5 de maio, as turmas de 8º ano do Colégio Casa-Mãe realizaram uma videoconferência com o Dr. Pedro Lobo Coelho, um ilustre biólogo português que atualmente trabalha no CIBIO, no Porto, na área dos escorpiões.
Inicialmente, a conversa centrou-se na sua vida pessoal e na opção pela Biologia. O investigador referiu que no seu percurso profissional se desenvolveu no âmbito da Biologia, pois não teve média suficiente para seguir Medicina, área que foi sempre o seu sonho. Contudo, a partir do momento em que começou a estudar Biologia, interessou-se e, até hoje, ainda trabalha nessa área. Além disso, como gosta tanto do seu trabalho, tem dificuldades em comprometer-se a nível pessoal, porque o mesmo implica uma grande carga horária devido à sua minuciosidade.
Num segundo momento, abordou as dificuldades e sucessos no processo de construção do conhecimento científico na atualidade e as principais características ou competências essenciais para seguir uma carreira de investigador científico. O cientista referiu que, positivamente, tínhamos a criação de nova tecnologia e o desenvolvimento do saber como agir e interagir com certos animais quando estávamos em contacto com eles, diminuindo o perigo. No entanto, referiu também dificuldades, como as poucas possibilidades financeiras, originadas pelos graves problemas socioeconómicos europeus que dificultam a continuação da investigação e a publicação dos artigos científicos. 
A última parte da conversa centrou-se no seu objeto de estudo, os escorpiões. De acordo com o cientista, os escorpiões tanto ocupam o lugar de predadores, visto que se alimentam de “tudo o que é mais pequeno que eles”, como podem ocupar o lugar de potenciais presas, dado que servem de alimento a animais maiores que eles, como ratos, mangustos e corujas. Por outro lado, os escorpiões são elementos-chave dos Ecossistemas que ocupam, visto que, ao alimentarem-se de insetos, são um fator de controlo populacional destes, evitando o desenvolvimento de pragas, o que leva a uma maior produção agrícola.
 Já no que diz respeito à tolerância dos escorpiões em relação aos fatores abióticos, nomeadamente a sua variação, salientou que estes animais são pouco tolerantes às alterações de temperatura, se as mesmas forem bruscas, mas são mais tolerantes se ocorrerem de forma gradual. Esta adaptação ao fator abiótico limitante permite-lhes existir em diferentes comunidades, desde o Canadá até a Oceânia. 
Para terminar, referiu as diferentes estratégias de adaptação usadas por estes animais, quer no que diz respeito às variações do ambiente quer às relações com outros seres vivos, nomeadamente a sua fototaxia, o fototropismo negativo, o seu exosqueleto impermeável, a posse de pinças para caçar as suas presas e da cauda com veneno para se defender dos seus predadores.

Autora:

Maria Bento, 8ºB