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quinta-feira, 6 de abril de 2017

Santo Sepulcro vê a luz do dia...


A crucificação de Jesus ocorreu no ano de 33 d.C. Jesus foi preso e julgado pelo Sinédrio e condenado por Pôncio Pilatos. Após a sua condenação, Jesus enfrentou 18 horas de tortura (Calvário), até morrer na cruz.
Desde a crucificação de Jesus que a cruz se tornou um elemento chave no simbolismo cristão. Após a sua morte, o seu corpo foi retirado da cruz e enterrado num túmulo escavado na rocha. De acordo com os evangelhos, dois dias depois, “ao terceiro dia” terá ressuscitado. 
A localização precisa da crucificação é alvo de muitas conjeturas, mas os relatos bíblicos indicam que ela ocorreu fora dos muros da cidade, num local acessível aos que passavam e passível de ser observado à distância. 
Na sequência da destruição de Jerusalém, em 70 d.C, o imperador romano Adriano ordenou, que o local identificado com a sepultura de Jesus, fosse coberto com terra e que nele fosse construído um templo dedicado à deusa Vénus.
Sacerdote grego dentro da edícula da Igreja do Santo Sepulcro
Em 316 d.C. o imperador Constantino decidiu construir nesse lugar, um santuário apropriado, a Igreja do Santo Sepulcro. Um edifício, que entre os romanos, servia como local de encontro, de comércio e de administração da justiça. Localizado no Quarteirão Cristão da Cidade Velha de Jerusalém.
Em 614 d.C., a igreja de Constantino foi gravemente danificada durante um incêndio ocorrido durante uma invasão dos persas sassânidas que roubaram os tesouros da igreja, restando apenas alguns restos escassos dela. A basílica foi reconstruída pelos bizantinos durante a reconquista da cidade pelo imperador Heráclio.
Em 966 d. C., as portas e o telhado da igreja foram queimados durante um motim. Em 1009 d. C., o califa Al Hakim ordenou a destruição de todas as igrejas de Jerusalém, incluindo o Santo Sepulcro, sendo que somente os pilares da igreja sobreviveram à destruição.
A reconstrução foi concluída em 1048 d. C. Em 1099 d. C. os cruzados conquistaram Jerusalém e tomaram posse da Igreja do Santo Sepulcro. A nova Igreja, foi consagrada em 1149 d. C.
No século XIV começou a ser administrada e repartida entre as igrejas Católica Romana, Ortodoxa, Armena, Ortodoxa Copta, Ortodoxa Siríaca e a Igreja Ortodoxa Etíope, constitui um dos locais mais sagrados da cristandade.
No século XVIII, procedeu-se à reparação da cúpula da Igreja do Santo Sepulcro. Em 1808, um incêndio danificou o local e a restauração iniciou-se em 1810. Novos restauros ocorreram entre 1863 e 1868.
Edícula em restauro
Em 1927, um abalo sísmico em Jerusalém causou graves estragos à estrutura.
As autoridades israelitas decidiram encerrar o edifício por falta de segurança, sendo que os trabalhos de restauração foram iniciados em 2016, após quase 200 anos de disputas entra as ramificações cristãs grega ortodoxa, arménia e católica romana.
Uma equipa de cientistas e técnicos de restauro de património cultural concluiu os trabalhos realizados no local do túmulo de Jesus, na Cidade Antiga de Jerusalém, e a área reabriu ao público no 22 de março de 2017. O grupo trabalhou nos últimos nove meses na Basílica do Santo Sepulcro e teve como foco uma pequena estrutura acima do local de sepultamento, conhecida como a Edícula.
A estrutura precisará ainda de reforços arquitetónicos e conservação, incluindo a instalação de uma rede subterrânea de drenagem para água da chuva e de esgotos. Após dez meses de restauros, durante os quais foram limpas as lâminas de mármore da armação e sua estabilidade foi reforçada, a Igreja está de novo disponível ao público. Além disso, lajes danificadas foram substituídas, as fissuras foram cobertas com cola e os suportes foram reforçados para que o monumento dure para sempre, pelo menos são os desejos da equipa de intervenção.

Autor:

Henrique Salgado de Andrade, 7ºB