Últimas Notícias

Economia

Sociedade

Ciência e Tecnologia

Cultura

segunda-feira, 30 de março de 2015

Fé Hipócrita ou Crentes Hipócritas?


Como é de conhecimento geral, o mundo em que vivemos depara-se cada vez mais condições controversas em relação aos conflitos de natureza religiosa. É bem claro que nesta guerra sem fim não há vencedores, apenas vencidos. Onde para verdadeiramente a religião e a Humanidade?
Nós, Humanos, somos “classificados” como animais com um cérebro muitíssimo desenvolvido, com capacidade de raciocínio e empatia. Ao longo dos tempos, temos vindo a desenvolver, cada um, as suas próprias crenças e valores. Se foi Deus quem criou o Homem primeiro, ou o Homem que criou Deus, não influencia a vida dos que são dedicados à sua religião.
A presença de um Deus, de um ser omnipotente, influenciou de tal forma as pessoas, que renegamos aos princípios e valores de ser uma Pessoa num Mundo que partilhamos, e viramo-nos uns contra os outros de forma exuberante. Não nos permitimos a pecados como dizer uma palavra menos bonita, porque ofende a identidade todo-poderosa, mas matar milhares de inocentes, entrar em guerra, num mundo que devia pertencer à paz, é, subitamente, aceite e pedido por um Deus. Independentemente do nome daquele em que acreditamos, é necessário que a raça humana não se esqueça que viemos todos do mesmo. E que, quer acreditemos num Deus, na Natureza, no Universo, ou simplesmente em nada, temos por base o amor, o perdão, bem como a igualdade na medida em que somos um. E, se as pessoas que participam nesta guerra conscientemente estão com um sorriso de orgulho na cara, estão a desgraçar a sua religião. A entidade omnipotente é “feita” dos sentimentos ditos acima. A guerra foi uma invenção humana, logo como é que Deus vos roga tal pedido?
Na minha opinião, é importante ter algo em que acreditar, ter esperança, ter fé, todavia é preciso deixar de ser hipócrita e não interpretar as coisas a nosso bel-prazer. Isto, no sentido em que podemos muito bem não concordar com uma religião, contudo não é de todo necessário explodir escolas, desalojar milhares de pessoas, matar outros milhares, na esperança de que toda a Terra partilhará da mesma convicção. É básico que a Terra, não era, não é, nem será um local em que tudo decorre na perfeição.
Por isso, é altura de parar. Podemos ser de países separados, não falar a mesma língua, mas partilhamos o mesmo mundo. Podemos não ter todos a mesma opinião sobre todas as coisas, não ser todos iguais, mas todos temos o direito de a expressar. Podemos responder a um deus, a três, a cinco ou a nenhum, ter raças diferentes, sexos opostos, mas somos todos Pessoas, que têm direito a ser felizes e a construir uma vida sem medo de seres que o único propósito que servem verdadeiramente é o seu.

Autora:

Mariana Alves, 9ºA