O Museu do Carro Elétrico é um museu da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto, detentor de uma coleção de carros elétricos, atrelados e veículos. Foi inaugurado em Maio de 1992 e está instalado na antiga central termoelétrica de Massarelos, no Porto, em Portugal. Expõe material referente à história do transporte coletivo de tração elétrica sobre carris nesta cidade.
O espólio pertencente ao museu dispõe de 16 carros elétricos, 5 carros atrelados, 2 carros automóveis de apoio aos carros elétricos. Todos os anos é organizado um desfile de algum deste material na linha entre Massarelos e o Passeio Alegre.
O Museu do Carro Elétrico foi gabado em 1996 como «um dos melhores da Europa, se não do mundo» por Nélson Oliveira, à época vice-presidente da Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos de ferro (APAC).
O Museu conta a história de uma revolução que se deu ao longo do século XIX nos meios de transporte e nas vias de comunicação na Europa e, particularmente em Portugal na segunda metade desse século.
O antepassado dos transportes oitocentistas foi a A Mala-Posta, que transportava correio e passageiros, e surgiu em finais do século XVIII. Fazia, então, a ligação entre Lisboa e Coimbra. Foi relançada em 1852 e alargada ao Porto e a outras localidades do país. A substituição dos cavalos fazia-se nas chamadas Estações de Muda, onde em alguns locais se serviam, também, refeições e se pernoitava. Em 1859, a carreira entre Lisboa e Porto fazia-se em 34 horas e passava por 23 estações de muda. A sua extinção deu-se com o aparecimento do comboio.
Em pleno século XIX, o carroção fez a sua aparição, era uma carroça coberta, com duas ou quatro rodas, puxada por uma parelha de bois ou de vacas. Transportava entre 4 a 10 pessoas. Surgiu no Porto, cerca de 1840. Era utilizada pelas famílias burguesas para ir ao teatro ou, ao domingo, até às praias da Foz.
Uma etapa revolucionária neste campo fora os “americanos”, que eram carros de tração animal, quer dizer, puxados por uma, duas ou três parelhas de mulas, conforme o número de passageiros e o declive das ruas. Surgiram no Porto em 1872, ligando o centro da cidade a várias povoações dos arredores. Os carris de ferro, por onde circulava, foram utilizados mais tarde pelo carro elétrico.
Apesar de o Museu não possuir exemplares do comboio, neste contexto da Revolução dos Transportes, o comboio tornou-se num elemento fundamental da mobilidade das pessoas. O grande impulsionador dos caminhos de ferro foi Fontes Pereira de Melo, Ministro das Obras Públicas em 1852.Os trabalhos de construção da primeira linha férrea iniciaram-se em 1853. Em 1856, concluiu-se a ligação Lisboa-Carregado, com 36 quilómetros de extenção. A rede ferroviária cresceu sempre ao longo da segunda metade do século XIX. Cerca de 1900, o comboio chegava já a quase todo o país.
Os carros de tração elétrica surgiram, no Porto, em 1895. Eram, então, usados na ligação da cidade à Foz e a Matosinhos. Em Lisboa, os carros elétricos datam de 1901. A sua implantação foi demorada pois implicava grandes investimentos em carros novos e na instalação de carris e de linhas aéreas. Ainda hoje circulam em Lisboa e no Porto, mas o seu período áureo deu-se em meados do século XX.
O Museu do Carro Elétrico assume como sua missão preservar, conservar e interpretar, em benefício do público, espécies e artefactos ilustrativos e representativos da história e desenvolvimento dos transportes públicos urbanos sobre carris da cidade do Porto.
Através da investigação e da exposição das suas coleções, da organização de exposições e programas de índole cultural o Museu do Carro Elétrico proporciona aos seus públicos a oportunidade de aprender, experimentar e conhecer de perto a história, o desenvolvimento e o impacto sócio económico dos transportes públicos sobre carris da cidade do Porto.
Através dos seus serviços, os públicos podem usufruir de experiências enriquecedoras e, simultaneamente emocionantes, assim como podem estudar e observar mais profundamente as suas coleções. Para isso, estão disponíveis ao público, mediante marcação, os Serviços Educativos, o Serviço de Gestão de Coleções e um Centro de Documentação dedicado à história da cidade do Porto e ao desenvolvimento dos transportes urbanos.
O Museu oferece programas distintos de serviços educativos e de animação e possui um centro de documentação e informação. Dispõe ainda de serviços de aluguer de espaços e de carros elétricos e organização de eventos.
Autor:
Henrique Andrade, 6ºB