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quinta-feira, 2 de julho de 2015

As raízes do terrorismo islâmico moderno

Fundamentalistas islâmicos destroem Património da Humanidade

Nos últimos anos têm-se verificado ataques de radicais muçulmanos, em países muçulmanos e laicos em elevado número. Apesar deste fenómeno ser recente na História, surgiu por volta da década de 70 do século passado, no momento preciso em que o mundo árabe sofria alterações importantes, existem alguns dados que levam a balizar o terrorismo islâmico desde as suas origens. Nos anos de 1970, o mundo muçulmano tinha chegado a um labirinto, dado que a educação e o conhecimento não ofereciam já novas perspetivas para melhorar as condições de vida das pessoas, nem material nem moralmente.
Na realidade, aqueles que acumulavam riqueza e prestígio eram pequenos tiranos, traficantes, delinquentes vulgares e empresários conluiados com os militares que governavam os países islâmicos. A taxa de analfabetismo, que tinha descido continuamente desde a década de 1950, após a independência em relação às potências europeias, começou a estagnar e depois a subir. Por outro lado, as liberdades recuaram por todo o mundo muçulmano. No Iraque, Síria, Líbia, Irão ou Arábia Saudita só uma pessoa se podia dizer livre: “O Ditador”.
Este contexto, tornou-se um terreno fértil para recrutamento por parte dos líderes islâmicos radicais, pois ajudou extremistas islâmicos a espalhar a sua visão do mundo. A pobreza, a exclusão, a secularização das sociedades tornaram-se nos temas que alimentavam o discurso dos fundamentalistas islâmicos. Por isso, a primeira tarefa passa por retomar o progresso, ou seja, lutar para proporcionar ao maior número de pessoas a oportunidade de uma vida melhor.
Alguns estudiosos, traçam, igualmente, as raízes do terrorismo islâmico desde o século XI, ligados a uma ordem do xiismo ismaelita que tinha como alvo oponentes políticos e religiosos que se interpunham à ideologia sectária do grupo. No momento em que o Profeta morre, em 632, os seus seguidores não se entendem quanto à liderança dos muçulmanos, daí que surjam os xiitas e sunitas, como duas visões do caminho a seguir depois da morte de Maomé. Ao propor uma continuidade entre as manifestações medievais e modernas do terrorismo islâmico, estes estudiosos identificam um motivo subjacente comum a ambos, mais especificamente uma lealdade a um imperativo divino, bem como táticas semelhantes, tais como a procura consciente do martírio.
Todavia, o aparecimento do terrorismo islâmico moderno tem as suas raízes no século XIX. O movimento wahhabista, um movimento fundamentalista árabe que foi formado no século XVIII que visava purificar o islamismo para devolvê-lo às suas raízes do século VII, inspirou gradualmente outros movimentos fundamentalistas durante o século XIX. Diversas ondas de movimentos terroristas de motivação política surgidos na Europa durante o século XIX e no início do século XX serviram como inspiração e modelo para os militantes islamitas no decorrer do século XX. Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos e o Reino Unido apoiaram a ascensão de grupos fundamentalistas no Oriente Médio e na Ásia Meridional como forma de se opor à expansão soviética na região e como forma de enfraquecer movimentos nacionalistas antiocidentais em alguns países.
Uma outra ordem de razões para o fundamentalismo prende-se com a estagnação económica que o mundo islâmico vive desde a queda do Império Otomano no início do século XX. Se excetuarmos a exportação do petróleo e dos seus derivados, a região do Médio Oriente islâmico, com cerca de 400 milhões de habitantes, tem um nível de exportações igual ao da Suíça. Estas dificuldades económicas ajudam a diabolizar os “ricos ocidentais”.
Terrorista palestiniano

A escalada do terrorismo no final do século XX relaciona-se com três eventos cruciais ocorridos em torno de 1979: a Revolução Iraniana, o renascimento religioso global que se seguiu ao fim da Guerra Fria, e a retirada soviética do Afeganistão. Estes eventos teriam sido responsáveis por fazer que alguns grupos recorressem ao terrorismo religioso. O historiador americano Walter descreveu a invasão soviética do Afeganistão como o "gatilho global" do território islâmico para o fundamentalismo.
Deste modo, o terrorismo islâmico moderno é um fenómeno com origens remotas, com motivações muito diversas, religiosas, políticas e económicas. Assim não podemos olhar para este fenómeno de uma forma única, mas múltipla.

Autores:

António Magalhães, 7º A
David Silva, 7º A
José Henrique Santos, 7º A