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    quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

    Evolução do PIB (2011-2015): austeridade que dá frutos

    Fonte: risconeutro.pt

    É habitual ouvir-se que a austeridade é má para o país. Por vezes, com razões válidas, outras, não tanto. A análise à evolução do PIB português pode tornar mais claros os argumentos dos defensores das medidas de austeridade.
    De acordo com os dados publicados em 2015 pela Associação Industrial Portuguesa (AIP) e pelo Banco de Portugal no seu boletim estatístico de novembro, o PIB português decresceu nos anos de 2009, 2011 e 2012, no entanto, em 2014, evoluiu positivamente, apresentando uma taxa de crescimento nominal de 2,2%, embora o seu crescimento real tenha sido apenas de 0,9% o que indicia uma subida de preços no ano em questão. Nos primeiros trimestres de 2015 o PIB continuou a crescer mas de forma mais lenta.

    Passando à análise das componentes do PIB, verifica-se que todas contribuíram para a evolução observada. 
    No que toca ao consumo privado podemos destacar que este, no período de 2008 a 2014, apresentou maioritariamente valores negativos, sendo que, após um período de três anos nos quais a evolução desta componente foi somente negativa, em 2014 voltou-se a registar uma variação positiva que chegou aos 2,8%, correspondente a um aumento de 3107 milhões de euros.
    O consumo público, ao contrário do consumo privado, não registou nenhum aumento anual positivo, à exceção de 2008 onde se verificou um crescimento de 2,7%. Assim, no período de tempo de 2009 a 2014, o consumo público registou uma variação somente negativa, 
    O investimento, à semelhança do consumo privado, apresentou um período de 3 anos (2011-2013) ao longo do qual a sua evolução foi negativa chegando a atingir valores próximos dos -20%. Contudo, apesar dessa diminuição, em 2014 registou-se, finalmente, um crescimento de 5% correspondente a 1217 milhões de euros a mais que no ano anterior.
    Quanto às exportações podemos destacar que estas apresentaram uma evolução positiva ao longo de todo o período em análise, sendo a excessão à regra o ano de 2009 no qual o seu crescimento foi de -14,7%. No entanto é importante salientar que o seu ritmo de crescimento tem vindo a abrandar nos últimos anos.
    Relativamente às importações, no geral, têm revelado a mesma tendência das exportações, no entanto é importante referir que as exportações abrandaram o seu crescimento enquanto as importações crescem a um o ritmo superior.
    Deste modo, pode-se afirmar que Portugal continua com uma Balança Comercial superavitária. 
    Concluindo, pode afirmar-se que a economia começa a apresentar sinais de retoma no entanto estes são ainda pouco significativos dado que o crescimento do PIB registado em 2014 e nos primeiros trimestres de 2015 é ainda pouco expressivo. Assim sendo, ainda é cedo para poder afirmar que a austeridade está a dar frutos pois, os seus efeitos no crescimento económico demorarão mais algum tempo a  fazerem-se sentir contudo existem já sinais de que se poderão obter resultados positivos para a economia até porque as previsões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) são otimistas relativamente à economia portuguesa.
    Portugal e Europa: duas faces da mesma moeda

    Ángel Gurría durante a apresentação pública do relatório de diagnóstico 'Uma estratégia de competências para Portugal', que decorre em Lisboa declarou que:

    "O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) atingiu os 0,9% em 2014, e esperamos que atinja, no mínimo, entre 1,3% e 1,5% em 2015 e que continue nessa progressão mais perto dos 2% em 2016"

    O secretário-geral da OCDE afirmou em abril deste ano que a economia portuguesa poderá crescer entre 1,3% e 1,5% em 2015, podendo chegar aos 2% em 2016, beneficiando da desvalorização do petróleo e do euro.

    Autor:

    Bruno Cruz, 11ºB