Em Portugal, uma em cada três crianças tem este problema de saúde. Segundo o estudo 2013-2014 da Associação Portuguesa de Obesidade Infantil (APCOI) que contou com 18.374 crianças (uma das maiores amostras neste tipo de investigação): 33,3% das crianças entre os 2 e os 12 anos têm excesso de peso, das quais 16,8% são obesas. De acordo com a Comissão Europeia, Portugal está entre os países da europa com maior número de crianças afetadas por esta epidemia.
A obesidade nasce do excesso de gordura corporal, normalmente medido através do Índice de Massa Corporal (IMC). As causas para obesidade infantil são várias. Dados do Sistema Europeu de Vigilância Nutricional Infantil (COSI:2008) elaborado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) indicam que: mais de 90% das crianças portuguesas consome fast-food, doces e bebe refrigerantes, pelo menos quatro vezes por semana. Menos de 1% das crianças bebe água todos os dias e só 2% ingere fruta fresca diariamente. Quase 60% das crianças vão para a escola de carro e apenas 40% participam em atividades extracurriculares que envolvam atividade
física.
A obesidade em si já é uma doença, mas que outras doenças graves podem surgir? Uma criança obesa está em risco de vir a sofrer de sérios problemas de saúde durante a sua adolescência e na idade adulta. Tem maior probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, asma, doenças do fígado, apneia do sono e vários tipos de cancro. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a obesidade é a segunda principal causa de morte no mundo que se pode prevenir, a seguir ao tabaco.
Por outro lado, surgem problemas sociais ou psicológicos nas crianças que sofrem de obesidade. Estão mais sujeitas a ataques de bullying e outros tipos de discriminação. O que poderá provocar consequências diretas na sua autoestima e a quebra no seu rendimento escolar. Se não receberem apoio especializado poderão sofrer ainda de depressão ou outras doenças do foro psicológico quando atingirem a idade adulta.
Como resolver este problema e desenvolver bons hábitos alimentares? Não colocar a criança numa dieta rígida, reduzir progressivamente as gorduras da dieta da sua família, não cortar drasticamente nos doces, orientar as escolhas da sua família, não se torne num ditador, tentar fazer o máximo de refeições em família possíveis, envolver as crianças nas compras e preparação de alimentos, desencorajar as refeições em frente ao televisor, não utilizar a comida para punir ou recompensar e assegurar que as refeições fora de casa são equilibradas.
A atividade física ou o desporto, ou simplesmente atividades ao ar livre, menos momentos estáticos em frente ao televisor ou ao computador podem contribuir para uma vida mais saudável.
Para crianças e jovens entre os 5 e 17 anos de idade, a Organização Mundial de Saúde (OMS), aconselha que a atividade física inclua brincadeiras, jogos, desportos, tarefas recreativas, educação física, ou exercício programado, no contexto de atividades da família, escola e comunidade.
A fim de melhorar a aptidão cardiorrespiratória e muscular, a saúde óssea, cardiovascular e metabólica as crianças e os jovens com idades entre 5 a 17 devem acumular pelo menos 60 minutos de atividade física moderada a vigorosa diária. A maior parte da atividade física diária deve ser aeróbica. Para um treino mais correto nada melhor do que consultar a professora ou o professor de Educação Física.
A obesidade não é só um problema físico, também afeta a parte psicológica. Por isso, é muito importante acreditar que é possível mudar os hábitos de vida, para ter uma vida mais saudável e sentirmo-nos melhores. Todos são importantes, os amigos, os colegas, os professores, a família…mas, o mais importante é a criança ou o jovem que procura uma vida melhor.
Autora:
Teresinha Silva Costa, 6ºB