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segunda-feira, 30 de março de 2015

A União Europeia - de uma União Aduaneira a uma União Económica Monetária

Em pouco mais de  meio século de existência, a União Europeia foi capaz de evoluir de uma União Aduaneira para uma União Económica e Monetária, tendo percorrido um extraordinário percurso marcado pelo progresso económico e social. Apesar de ser ainda uma construção inacabada, é indiscutivelmente o espaço de integração económica mais avançado do mundo e um modelo estudado e procurado por muitos países de outros continentes, que nele vêm um potencial exemplo a seguir.
Em 1957, após a assinatura do Tratado de Roma, foi fundada a Comunidade Económica Europeia (CEE), que tinha como objetivo a criação de uma União Aduaneira. Neste tipo de integração económica, os países decidem abolir entre si as barreiras aduaneiras e as restrições quantitativas nas transações de bens, criando uma pauta exterior comum.
Assinatura do Tratado de Roma
Em 25 de março de 1957 é assinado, pela Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França, Itália e Alemanha, o Tratado de Roma, que instituía a Comunidade Económica Europeia (CEE) e a Comunidade Europeia da Energia Atómica (EURATOM), a primeira visando integrar a economia dos países membros com o estabelecimento da união aduaneira e de um mercado comum, e a segunda com o objetivo de fomentar a cooperação no desenvolvimento e utilização da energia nuclear e elevação do nível de vida dos países membros.A assinatura deste tratado é o culminar de um processo que surge após a Segunda Guerra Mundial, que deixou a Europa destruída económica e politicamente submetida às duas superpotências: Estados Unidos e União Soviética. Surge então a ideia de os países europeus conseguirem uma integração económica e política. Após várias tentativas e fracassos, é assinado em 1951, em Paris, o tratado que cria a CECA - Comunidade Económica Europeia de Carvão e de Aço e que tinha por objetivo a integração das indústrias do carvão e do aço dos países europeus ocidentais. Os seus inspiradores são Robert Schuman, ministro francês dos Negócios Estrangeiros, e Jean Monnet, também o seu primeiro presidente. Este é o primeiro passo concreto com vista à integração europeia, pois, pela primeira vez, havia transferência dos direitos de soberania de alguns estados para uma instituição europeia. Após mais algumas tentativas de alargamento da sua ação, surge, em 1957, o Tratado de Roma. Com ele visava-se uma união económica de facto, pois aspirava-se a uma política comum para os produtos agrícolas, para os transportes e para todos os setores económicos importantes, regras comuns quanto à concorrência, com a coordenação da política económica dos estados membros. Pretendia-se, enfim, "uma união cada vez mais estreita entre os povos europeus (...) mediante uma ação comum, o progresso económico e social dos seus países, eliminando as barreiras que dividem a Europa" (Preâmbulo do Tratado de Roma).
Já em 1986, com a assinatura do Ato Único Europeu, foi definido o objetivo de criar um mercado comum que se tornou uma realidade com o Tratado de Maastricht. A existência de um mercado comum implicou não só a livre circulação de mercadorias, mas também de pessoas, capitais e serviços. Entretanto, a União Europeia foi caminhando para uma nova forma de integração, a União Económica, que, a par das quatro liberdades de circulação, exigiu a definição de algumas políticas em comum e uma harmonização das políticas económicas e sociais.

Ultimamente, a UE tem caminhado para uma integração económica total (ou união política), na qual ocorre uma harmonização das políticas económicas, fiscais, monetárias e sociais e a existência de órgãossupranacionais que tomam as decisões para o conjunto dos países membros, como por exemplo o Banco Central Europeu que substituiu os bancos centrais de cada país na definição da política monetária.
A construção europeia tem sido um processo gradual através do qual a União Europeia passou de uma união aduaneira (uma das formas mais simples de integração económica) para uma integração económica quase total. 

Autor:

Diogo Pereira, 11ºB
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Da escravatura à mundialização - A reabolição

Na sociedade atual, observa-se uma grande interdependência entre economias do mundo, este fenómeno denomina-se mundialização económica. Este conceito caracteriza-se pela livre circulação de bens, serviços e capitais, pela transnacionalização das empresas, pela existência de um mundo financeiro global e enfraquecimento das regulações estatais nacionais. A abertura das economias é um processo que foi impulsionado por vários fatores, nomeadamente a escravatura.
A escravatura surgiu na época dos descobrimentos. A descoberta de novos territórios (por exemplo, América e África) pelos Europeus permitiu que a Europa se tornasse a economia-mundo. Nesta altura, as trocas comerciais entre os três continentes acontecia da seguinte forma: África fornecia mão-de-obra à Europa que, por sua vez a vendia a América; a América utilizava a mão-de-obra escrava para produzir matérias-primas que, posteriormente, eram vendidas à Europa que as transformava e comercializava para o resto do mundo. A “Europeização” do mundo permitiu à Europa criar elevados níveis de riqueza e acumular capitais que foram investidos na inovação e criação de novas técnicas de fabrico que possibilitaram a Revolução Industrial.
O tráfico de mão-de-obra foi fulcral para o desenvolvimento das trocas comerciais no mundo, constituindo um marco para o processo de mundialização.
Esta prática passou a ser moralmente incorreta e por isso tornou-se ilegal em alguns países, tal como em Portugal em 1761. Apesar da abolição, a escravatura ainda continua a ser praticada, embora de forma diferente.Atualmente, podemos observar a exploração de mão-de-obra em todo o mundo. Esta realidade foi acentuada pela crise económica mundial que decorreu nos últimos anos e pelos elevados níveis de desemprego, em particular na Europa. Esta situação levou a que, em caso de desemprego, sejam aceites propostas de rendimentos mais baixos por outro lado, neste momento de crise,tambémos empresários estão obrigados a alguma contenção de custos que se traduz em salários mais baixos. Assim, vive-se um ambiente propício para o desenvolvimento de uma escravatura moderna, um tipo de exploração da mão-de-obra diferente da escravização que existia antigamente, mas que não deixa de ser.
Em suma, a escravidão ainda continua presente nos dias de hoje, sendo necessário uma reabolição da mesma para que sejam preservados os Direitos Humanos.
 
Autoras:
 
Bárbara Pacheco, 12ºB
Patrícia Santos, 12ºB
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A história da moeda - da troca direta aos cartões de crédito

A moeda faz parte do nosso quotidiano, estando presente na maior parte dos nossos atos. Por exemplo, quando vamos ao futebol ou ao restaurante, quando andamos no metro, quando fazemos compras no hipermercado, quando poupamos, estamos a utilizar dinheiro. Sempre que falamos de dinheiro pensamos em moedas metálicas, em notas, em cheques, em cartões de crédito e outras formas de moeda atuais.
No entanto, nem sempre existiu o dinheiro que hoje o conhecemos. Na verdade, nas sociedades primitivas, não existia dinheiro. As pessoas trocavam os bens que não precisavam por outros que necessitavam (por exemplo, uma ovelha por uma vaca), deste modo as duas ficavam satisfeitas. Nesse tempo, fazia-se a troca direta, trocava-se bem por bem.Aos bens aceites pela comunidade para efetuar a troca chamavam-se moeda mercadoria. O objeto que se trocava podia variar,dependendo da profissão da pessoa, por exemplo, os pescadores trocavam principalmente conchas, búzios e peixe.Este tipo de moeda apresentava diversas desvantagens. Por um lado, era difícil a cada indivíduo encontrar outro que necessitasse do bem que ele tinha para oferecer e, simultaneamente, ter disponível o bem de que ele necessitasse. Por outro lado, este tipo de moeda apresentava dificuldades relacionadas com o transporte, conservação e divisibilidade,por exemplo o gado não era divisível, o que dificultava as trocas. Para ultrapassar estes obstáculos criou-se a moeda metálica. Estudos comprovam que as moedas surgiram há quase 4 mil anos (2 500 a.C.), as primeiras moedas surgiram no século VII a.C., no reino da Lídia (atual Turquia). Estes inventaram a moeda metálica, com pesos, tamanhos e valores diferentes. Assim, o homem começou a dividir e pesar o metal quando pretendia realizar um negócio. Entre 640 e 630 a.C., foi inventada a cunhagem: as moedas passam a ser identificadas por imagens gravadas em relevo, como as moedas de hoje.
Morabitino, reinado D. Sancho I

Com os Descobrimentos houve um grande incremento da atividade comercial o que originou a necessidade de transportar grandes quantidades de moeda, sendo esta uma tarefa difícil e perigosa. Como solução para este problema os cambistas e ourives recebiam as moedas e guardavam-nas, emitindo um certificado de depósito ou letras de câmbio, de fácil transporte, originando o aparecimento do moeda-papel.
 
Depois de alguns anos de experiência, os bancos concluíram que apenas uma minoria dos detentores dos certificados exigia a sua convertibilidade em metal. Procurando ganhos cada vez maiores, os bancos começaram a emitir volumes de certificados que excediam, em larga escala, o ouro depositado. No período de crise que se seguiu os bancos não conseguiram converter os certificados em ouro porque não tinham reservas suficientes. Foi então que Estado resolveu intervir suspendendo a convertibilidade dos certificados e impondo a sua circulação.Apareceu, assim, o papel-moeda, que sãoas notas atualmente em circulação.
A primeira nota foi emitida na China. Na Europa, o papel-moeda foi introduzido pela primeira vez na Suécia em 1661.
Numa época relativamente recente, surgiu outro tipo de moeda – a moeda escritural, constituída por depósitos bancários e movimentada por meio de cheques, ordens de pagamento, letras, cartões débito ou crédito.
Apesar de na atualidadeas trocas na economia serem principalmente efetuadas com notas, moedas metálicas, cheques ecartões, a troca direta ainda faz parte do nosso quotidiano, ainda há um amigo oferece a outro amigo uma bolacha em troca de uma pastilha elástica.

Autor:

José Francisco Pinto, 10ºC

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Ciência e Saúde sob o olhar de Alexandre Quintanilha


No passado dia 5 de março, o Colégio Casa-Mãe recebeu o prestigiado Professor e Investigador Alexandre Quintanilha, docente do Instituto Biomédicas Abel Salazar, para ministrar a palestra “Comunicar e Educar no Século XXI: Ciência & Saúde”. A comunidade educativa, composta por pais e encarregados de educação, alunos do 7º ao 12º ano de escolaridade, pessoal docente e não docente, aderiu em massa para ouvir tão aclamado cientista.
Durante uma hora e meia, apresentou-se e debateu-se a Ciência e seu contributo para a Sociedade, enquanto motor de investigação nas áreas da Biologia, Medicina e Saúde. Traçaram-se os principais registos das grandes descobertas nos séculos XX e XXI na área da Fisiologia, Genética, Anatomia, Embriologia e Farmacêutica.

Analisaram-se igualmente alguns dos principais condicionalismos, éticos e morais, subjacentes à investigação científica, nomeadamente na área da clonagem e terapia génica com recurso a vírus, a transplantação, a técnicas de reprodução medicamente assistida, a alimentos transgénicos, entre muitos outros. Ninguém ficou indiferente aos assuntos abordados, e a audiência participou ativamente, intervindo, questionando, refletindo e ponderando as diferentes questões levantadas. No final, todos ficaram mais "ricos" com esta fascinante palestra!
Paralelamente alunos das disciplinas de Biologia e Geologia, Biologia, efetuaram uma entrevista ao Professor Doutor Alexandre Quintanilha, relativa ao seu percurso de vida, profissional e académico, com passagens pelos momentos mais importantes da sua vida.
CCM News: Sabendo que ingressou, primeiramente na área da Física teórica, qual o motivo que o levou a interessar-se pela área da Biologia?

Alexandre Quintanilha (AQ): A biologia sempre me fascinou. Tanto o meu pai, que era geneticista, como um excelente professor do liceu (o dr. Lacerda) encorajaram e facilitaram o meu acesso a laboratórios onde pude fazer experiências e também visitas a ecosistemas espantosos (bancos de corais e mangais na ilha da Inhaca em Moçambique). Mais tarde foi Sydney Brenner (que veio a receber um prémio Nobel) que me deu o estímulo para, depois do meu doutoramento em física teórica, recomeçar na área da fisiologia celular. A física não deixou de me fascinar e acho que a escolhi inicialmente para me provar a mim próprio que era capaz de contribuir nesta área (no liceu, a física foi sempre a cadeira a que eu tirei piores notas). A física começou por ser um desafio.

CCM News: Foi o senhor professor que escolheu Berkeley ou foi Berkeley que o escolheu?

AQ: Acho que fui eu claramente que escolhi Berkeley. Não só pelo prestígio dessa universidade, mas também por estar inserida numa área geográfica (a denominada "Área da Baía" de San Francisco na Califórnia) riquíssima não só do ponto de vista científico como também cultural, social e humano). Não foi por acaso que muitos dos movimentos estudantis nos anos 60 e 70 do século passado, começaram em Berkeley. E que era também aí o berço de muitas empresas que influenciaram de forma decisiva o nosso planeta.

CCM News: Sente alguma diferença entre o sistema educativo português e o estrangeiro?

AQ: É difícil falar dos "sistemas". Existem excelentes e péssimos exemplos em todos os paízes. Para mim, um bom sistema é o que promove a curiosidade e a imaginação. A ênfase na acumulação de informação parece-me pobre. É claro que deve também promover métodos de trabalho que sejam robustos (nunca desistir enquanto não tiver compreendido uma questão). E estimular a capacidade de arriscar a entrada em áreas do conhecimento que nos fascinam e que por vezes nos assustam.

CCM News: Como já foi provado de forma incomensurável, as reações de oxidação-redução são essenciais na natureza. No entanto, como o senhor professor doutor já referiu e passo a citar "é por isso que as pontes enferrujam, é por isso que o vinho se estraga". Assim, neste seguimento, qual é, na sua opinião, o agente oxidante do desenvolvimento da cultura cientifica portuguesa?

AQ: É uma pergunta difícil, pois eu não conheço assim tão bem a "cultura científica portuguesa". Nem sei se existe! O conhecimento é universal e não respeita fronteiras geográficas nem culturais. Talvez possa dizer que em Portugal encontro muitas vezes uma procura quase que "doentia" do conforto. É óbvio que todos gostamos de encontrar algum conforto na vida, mas na minha experiência pessoal, foi a procura do desconforto, da instabilidade, da incerteza que mais me ensinou sobre mim mesmo e o mundo à minha volta.

CCM News: Como surgiu o interesse pelo stress oxidativo?

AQ: Em parte a ideia de que o oxigénio, apesar de essencial à vida de muitos seres vivos, ser também uma substância tóxica. Tentar perceber este mistério foi um enorme desafio. Hoje em dia, muitos grupos no mundo inteiro tentam perceber qual o papel do oxigénio e do stress oxidativo na fisiologia e na patologia de muitos seres vivos (animais, plantas e microorganismos). Também quis perceber qual o efeito do exercício físico intenso (onde consumimos muito mais oxigénio) sobre os animais.

CCM News: Aconselharia a qualquer de nós, pré-universitários, prosseguir uma carreira numa qualquer área de investigação científica?

AQ: Eu aconselharia que prosseguissem qualquer área do conhecimento. Muitos dos domínios que estão hoje na moda, vão deixar de estar em pouco tempo. Temos de estar preparados para isso e para nos entusiasmarmos por novos desafios. Prossigam os vossos sonhos. Não vai ser sempre fácil, mas valerá sempre a pena.

CCM News: Tendo em conta as suas vivências profissionais no estrangeiro, que conselhos considera essenciais fornecer a alguém que pretenda internacionalizar-se? Há algum conselho em particular que desejava ter recebido?

AQ: Não ter medo de arriscar. Ir à procura de desafios difíceis. Não ter medo do desconforto. Deixem-se seduzir pelos vossos sonhos, mesmo quando às vezes eles podem parecer irrealizáveis. Felizmente, apesar de serem pessoas muito diferentes, foi isso que o meu pai (açoreano da Terceira) e a minha mãe (alemã de Berlin) me ensinaram pela forma como olhavam para o mundo. Apesar de não terem tido uma vida fácil, nunca deixaram de acreditar que vale a pena lutar pelo conhecimento, pela justiça e pela amizade ou pelo amor. E não só nunca tentaram impedir que eu fosse atrás dos meus sonhos, como sempre o encorajaram, sabendo de antemão que não seria fácil nem para eles nem para mim.
Autores:
Carolina Dinis, Vitória Rafael, Diogo Dias, 10ºA.
José Fernando Couto, Joana Ferreira, Paula Dias, 10ºB
Alice Du, Mafalda Sampaio, Marta Dias, Patrícia Carvalho, 12ºA
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Condicionadores de leitura

"A leitura é uma necessidade biológica da espécie. Nenhum ecrã e nenhuma tecnologia conseguirão suprimir a necessidade de leitura tradicional.” – Umberto Eco

Estudos realizados, no âmbito do Plano Nacional de Leitura (PNL), apresentam que os portugueses leem mais do que há dez anos. Como está referido numa notícia do Jornal Público “(…)79 por cento, reconhece a utilidade da leitura, enquanto menos da metade, 44 por cento, afirma ter hábitos de leitura. O gosto de ler está presente em 58 por cento da amostra e 61 por cento vê a leitura como um prazer.” Algures neste dados, estão incluídos os jovens portugueses de hoje.
Apesar de os hábitos de leitura terem aumentado, é sabido que os jovens tendem a substituir a leitura pelas novas tecnologias e jogos. No entanto, quando um adolescente é o que se pode chamar de “viciado em livros”, quem condiciona o decréscimo da sua taxa de leitura? A questão para esta pergunta, no meu caso (e, certamente no de muitos!), é simples: os pais. Estes detêm um certo monopólio da nossa leitura. Controlam o poder económico, o poder de censura e o poder de transporte. São factos simples e verdadeiros.
Por exemplo, quando se vê um jovem de olhos brilhantes fixos naquela especial e bonita prateleira da Fnac com tantos livros que lhe prendem a atenção, basta um segundo, para que os seus sonhos sejam destruídos. E por quem? Pelos pais… “Mãe, posso…”, esta frase nem chega a ser concluída, pois somos logo invadidos por um sentimento de culpa impressionante quando olhamos para ela. Aquela cara, que só a tua mãe sabe fazer, que exprime um “não” duro, condicionado por milhares de razões, faz-nos desistir da procura pelo conhecimento e conforto que um livro nos oferece.
Então, saímos do estabelecimento, com a alma a pesar e o cérebro a matutar nas portas que aquele livro nos poderia ter aberto. Mas não há dinheiro… aquele livro ainda não é apropriado para nós… noutro dia, quando a mãe não estiver tão cansada… E, assim, se passam dias e noites em que o jovem não lê, em que fica adepto das novas tecnologias, em que arranja outra atividade para preencher o vazio. É aí que os sermões começam… “Porque é que não lês?”, “Em vez de estares aí a fazer nada deverias estar a ler…”, “Passas o tempo todo no computador, faz algo melhor, como ler!”, “Devias ser como a Marta. Ela lê de tudo, é muito culta!”… Não é para o espanto de ninguém que o jovem fica deveras revoltado e confuso. Então, se não posso comprar livros, como é que é suposto que os leia? Se não me deixas comprar algo que não conheces, como é que é suposto que eu leia de tudo?
Com isto, o pai ou mãe ficam completamente perplexos com a origem destas afirmações, até me atrevo a dizer que ficam magoados. Então, fazem um favor tanto a si como ao filho ou filha, vão comprar livros. Todavia, o ciclo repete-se, tantos livros, tantas escolhas, tanta indecisão, tanta impaciência… E, quando, o número da riqueza que vai sair da sua carteira aparece naquele minúsculo ecrã, é preciso que haja um extremo exercício mental por parte dos pais. Não que muitos dos livros custem balúrdios, mas porque é que o jovem não pode simplesmente requisitá-lo numa biblioteca? Ou pedir emprestado a um amigo? Para todos os que forem como eu, espero que me apoiem nesta causa: “Um quarto sem livros é como um corpo sem alma” – Marcus Tullius Cícero. Se existem grandes prazeres na vida, um deles é certamente possuir livros. Sentir a sua textura, o cheiro das suas páginas, a forma como eles encaixam perfeitamente na nossa prateleira. Logo, é imperdoável não os comprar… contudo, volta o “não há dinheiro”, “quando ganhares para ti”…
Concluindo, deveria haver outra linha ou coluna na tabela, outra barra no gráfico, outro número nas percentagens. Isto, porque as percentagens atuais pertencem aos jovens que não leem e aos que o fazem, generalizando-nos na percentagem dos que leem. Para nós, aqueles a quem, por alguma razão, é retirado em parte um dos prazeres mais importantes da vida, com a expressão que só a tua mãe sabe fazer, com a crise que elimina o teu fundo de investimento, deixando os teus pais sem saída se não a negação, deveria ser dada a merecida importância. Pois, nós somos “menos da metade”. Nós detemos parte do conhecimento, logo, do poder. Nós vivemos milhares de vidas. Nós somos lutadores numa causa sem fim.

Autora:

Mariana Alves, 9ºA
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Fé Hipócrita ou Crentes Hipócritas?


Como é de conhecimento geral, o mundo em que vivemos depara-se cada vez mais condições controversas em relação aos conflitos de natureza religiosa. É bem claro que nesta guerra sem fim não há vencedores, apenas vencidos. Onde para verdadeiramente a religião e a Humanidade?
Nós, Humanos, somos “classificados” como animais com um cérebro muitíssimo desenvolvido, com capacidade de raciocínio e empatia. Ao longo dos tempos, temos vindo a desenvolver, cada um, as suas próprias crenças e valores. Se foi Deus quem criou o Homem primeiro, ou o Homem que criou Deus, não influencia a vida dos que são dedicados à sua religião.
A presença de um Deus, de um ser omnipotente, influenciou de tal forma as pessoas, que renegamos aos princípios e valores de ser uma Pessoa num Mundo que partilhamos, e viramo-nos uns contra os outros de forma exuberante. Não nos permitimos a pecados como dizer uma palavra menos bonita, porque ofende a identidade todo-poderosa, mas matar milhares de inocentes, entrar em guerra, num mundo que devia pertencer à paz, é, subitamente, aceite e pedido por um Deus. Independentemente do nome daquele em que acreditamos, é necessário que a raça humana não se esqueça que viemos todos do mesmo. E que, quer acreditemos num Deus, na Natureza, no Universo, ou simplesmente em nada, temos por base o amor, o perdão, bem como a igualdade na medida em que somos um. E, se as pessoas que participam nesta guerra conscientemente estão com um sorriso de orgulho na cara, estão a desgraçar a sua religião. A entidade omnipotente é “feita” dos sentimentos ditos acima. A guerra foi uma invenção humana, logo como é que Deus vos roga tal pedido?
Na minha opinião, é importante ter algo em que acreditar, ter esperança, ter fé, todavia é preciso deixar de ser hipócrita e não interpretar as coisas a nosso bel-prazer. Isto, no sentido em que podemos muito bem não concordar com uma religião, contudo não é de todo necessário explodir escolas, desalojar milhares de pessoas, matar outros milhares, na esperança de que toda a Terra partilhará da mesma convicção. É básico que a Terra, não era, não é, nem será um local em que tudo decorre na perfeição.
Por isso, é altura de parar. Podemos ser de países separados, não falar a mesma língua, mas partilhamos o mesmo mundo. Podemos não ter todos a mesma opinião sobre todas as coisas, não ser todos iguais, mas todos temos o direito de a expressar. Podemos responder a um deus, a três, a cinco ou a nenhum, ter raças diferentes, sexos opostos, mas somos todos Pessoas, que têm direito a ser felizes e a construir uma vida sem medo de seres que o único propósito que servem verdadeiramente é o seu.

Autora:

Mariana Alves, 9ºA

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COMIDA CASEIRA vs FAST-FOOD: Contaminantes fúngicos e deterioração

No âmbito da disciplina de Ciências Naturais, realizou-se uma experiência na qual se mantiveram vários tipos de alimentos confecionados pela cadeia de restaurantes McDonalds, a par de batatas fritas caseiras, de modo a descobrir a durabilidade dos produtos deste restaurante, comparativamente à comida caseira.
Para isso, estes produtos foram mantidos em recipientes de plástico transparente durante quatro semanas. Durante o tempo da experiência, foram feitos registos fotográficos semanais da evolução dos alimentos em análise. No final das quatro semanas, comparou-se o aspeto final dos alimentos com o seu aspeto inicial.
Decorrido este tempo, verificou-se que todos os alimentos do McDonalds apresentavam fungos e bolores, verdes e brancos, apresentando as McBatatas bolores castanhos, diferentes de qualquer outro produto, enquanto as batatas caseiras não apresentavam qualquer tipo de contaminantes fúngicos.
Dado que a contaminação fúngica é realizada através de esporos transmitidos por via aérea, para que esta ocorra é necessária a exposição dos alimentos ao ar durante algum tempo. O facto de quase todos os alimentos do McDonalds apresentarem bolores semelhantes indicia que a contaminação terá ocorrido no local da sua confeção/venda, a única localização comum a todos estes alimentos.

Após a análise dos resultados, pode concluir-se que o tempo de exposição dos ingredientes e alimentos ao ar é crucial à ocorrência de contaminação por esporos fúngicos. Assim, este tempo deve ser reduzido pela confeção de ingredientes imediatamente a seguir à sua desembalagem (como foi realizado com as batatas fritas caseiras) e pela entrega dos alimentos ao consumidor no menor tempo possível, o que poderá ser conseguido pelo recurso às novas tecnologias (por exemplo, pela utilização de uma app de encomenda de serviço). Poderá ainda reduzir-se a contaminação pela diminuição de contaminantes fúngicos aéreos, através da melhor extração destas do ar atmosférico, com a instalação ou inovação dos instrumentos de purificação do ar.

Autores:

Alunos do 6ºB
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Arquitetura e Democracia em Serralves

A exposição “O Processo SAAL: Arquitectura e participação 1974-76″, que esteve patente no Museu de Serralves, no Porto, entre 31 de Outubro de 2014 e 1 de Fevereiro de 2015, foi a primeira grande exposição dedicada ao SAAL, Serviço Ambulatório de Apoio Local, um projecto arquitectónico e político criado poucos meses depois da revolução de 25 de Abril de 1974.
A mostra, organizada por Serralves em colaboração com o Canadian Center for Architecture, de Montreal, teve como curador Delfim Sardo e recordava um projecto pioneiro na Europa que foi uma tentativa de envolver a arquitectura com as necessidades das populações carenciadas segundo um processo participativo. Esta fusão entre arquitetura e participação direta, numa tentativa de atender às necessidades de populações desfavorecidas, foi um dos projetos mais pioneiros na Europa do seu tempo.
O principal impulsionador do SAAL foi o arquitecto Nuno Portas, então Secretário de Estado da Habitação e Urbanismo do 1.º Governo Provisório de Portugal. O nosso país, é hoje dado como adquirido, tinha uma carência de meio milhão de fogos, as populações viviam em desespero em bairros de lata, em "ilhas", em casas muito degradadas. A explosão revolucionária colocou em cima da mesa, como uma das primeiras e principais prioridades, a resolução de um problema que era de muitos e fora já motivo de tensões e lutas antes do 25 de abril.
Quando se dá o 25 de Abril, Portugal encontra-se numa situação caótica ao nível da qualidade e quantidade da habitação. A mobilidade territorial promovida pelo Revolução de Abril – diminuição da emigração, regresso da população e desmobilização militar das ex-colónias – colocou ainda mais em evidência esse problema.
Para além das famílias que sofriam com a falta de habitação, em termos objectivos e quantitativos, existiam grandes massas da população que viviam com enormes défices de conforto – em 1970, apenas 28,5% dos alojamentos dispunham de água, energia eléctrica e casa de banho com retrete, sendo que, em 1975, eram 531 000 as habitações com diversas carências.
Por outro lado, ao nível dos sectores sociais mais afectados, verificou-se que largas camadas da população que auferiam os rendimentos familiares mais baixos eram precisamente aquelas que eram forçadas a deslocar-se para a periferia das cidades.
As políticas implementadas com o 25 de Abril potenciaram fortemente o peso do sector público na promoção habitacional, medida que encontrou nos diversos programas de apoio técnico e financeiro aos sectores privado e cooperativo («Contratos de desenvolvimento», «Empréstimos às Câmaras», «Cooperativas de Habitação Económica», «SAAL», «Programa de Recuperação de Imóveis Degradados») os seus mecanismos essenciais. O programa do I Governo Provisório definia mesmo como prioridade o financiamento de equipamentos colectivos (habitação) e a promoção de uma política de solos que viesse a proporcionar melhores condições aos que mais necessitavam.
Outras medidas que caracterizaram o pós-25 de Abril consistiram no reforço do congelamento dos arrendamentos, na legalização das ocupações ocorridas até Março de 1975, no reforço da intervenção das autarquias (criando vários gabinetes: GPU – Gabinetes de Planeamento Urbanístico; GCOM – Grupos de Coordenação de Obras Municipais de Habitação; GAT – Gabinetes de Apoio Técnico; SMH – Serviços Municipais de Habitação).

Situa-se neste período, sobretudo de 1974 e 1976, a criação de um forte movimento social, reivindicativo pela melhoria das condições de habitação, pela construção de habitações e equipamentos sociais, parte do qual desenvolvia ocupações de casas, e que se organizava, frequentemente, na forma se Associações e Comissões de Moradores, ou Cooperativas de Habitação.
Os movimentos populares despoletados permitiram, segundo Álvaro Siza Vieira (1986), que os arquitectos pudessem projectar, com base na participação directa e diversificada das populações. De facto, o processo do SAAL constituiu um desses momentos em que os técnicos estiveram lado a lado com as populações, disponibilizando-lhes a informação que tinham e incluindo nos seus projectos a «vontade popular», nas suas dimensões estética, funcional e identitária.
Na prática, os arquitetos faziam os projetos com a participação das populações, os moradores construíam e o Estado pagava os materiais.
"As suas consequências para o pensamento sobre a cidade e, sobretudo, para uma visão da arquitetura como processo ativo de produção de cidadania, foram marcantes, não só no contexto das rápidas transformações do Portugal dos anos 1970, mas também como momento de afirmação da arquitetura portuguesa no panorama internacional", recorda o Museu de Serralves.

Os técnicos ligados à questão da habitação (engenheiros, arquitectos...) encontram aqui uma nova forma de executar políticas de habitação – que têm por base a conceção de que todos têm direito a uma habitação digna –, em que estava presente uma ponte entre as populações empenhadas em resolver os seus problemas e as equipas técnicas. Esta articulação de saberes em torno das necessidades da maioria das populações consiste certamente numa experiência importante de democracia participativa, tão original como esquecida nos atuais modelos de democracia representativa.
A mostra reuniu maquetas, fotografias históricas e imagens atuais (encomendadas a André Cepeda, José Pedro Cortes e Daniel Malhão), gravações sonoras, documentários e filmes de 8 e 16mm, sobre 10 projectos exemplares do SAAL: do Porto o bairro de São Vítor (Álvaro Siza), bairro das Antas (Pedro Ramalho), bairro de Miragaia (Fernando Távora, Bernardo Ferrão e Jorge Barros) e bairro Leal (Sérgio Fernandez). De Lisboa estão representados os bairros Curraleira - Embrechados (José António Paradela e Luís Gravata Filipe), Quinta da Bela Flor (Artur Rosa), Bacalhau-Monte Côxo (Manuel Vicente) e Quinta das Fonsecas - Quinta da Calçada (Raúl Hestnes). De Setúbal está o bairro Casal da Figueira (Gonçalo Byrne) e do Algarve o bairro Meia-Praia-Apeadeiro (José Veloso).
A exposição permitiu trazer para os dias de hoje uma nova forma de olhar a arquitetura e como esta pode ser um momento de democracia participativa.

Autores:

Mariana Alves, 9º A
Beatriz Mota, 9º A
Inês Ferreira, 9º B
Pedro Silva, 9º B
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A globalização no mundo atual - aculturação

Nos nossos dias, o fenómeno da aculturação está presente em todos as sociedades, surgindo associado à globalização do mundo atual, mais particularmente à globalização cultural, entendida como a difusão e a partilha à escala planetária de imagens, sons, produtos, ideias, costumes, estilos de vida.
A aculturação baseia-se na adoção, seleção e adaptação de novos elementos culturais, bem como a mudança de hábitos resultante do contacto com outras culturas. Para além disso é importante afirmar que a aculturação tem vindo a expandir-se cada vez mais em todos os países do mundo, principalmente na UE, uma vez que existem maiores facilidades de circulação de bens, serviços, capitais e pessoas entre os países membros.
O fenómeno da aculturação só é possível através da aquisição de elementos materiais e espirituais de uma cultura por outra. Esse facto exigirá um esforço de compreensão e de tolerância devido às diferenças existentes entre povos e culturas, o que levará a um relacionamento baseado na diversidade cultural e no respeito mútuo, gerando dessa forma o multiculturalismo. Um exemplo representativo desta situação é o Halloween em Portugal.
A aculturação pode ser parcial, ou seja, os indivíduos recebem uma nova cultura conjugando-a com a sua num processo de socialização em que ambos aprendem e interiorizam os modelos e traços culturais do grupo dominante. Pode também ser total quando os indivíduos adotam uma cultura na sua totalidade e suprimem a sua.
A evolução dos meios e vias de comunicação, bem como a melhoria das novas tecnologias de informação e comunicação (TIC) permitiu o aumento do contacto entre povos e culturas, o que, por sua vez, possibilitou a difusão mundial de valores hábitos e modos de vida – aculturação.
Buche de Nöel

Outros fatores têm contribuído para a difusão da aculturação, por exemplo, a elevada taxa de emigração portuguesa, que permite ao nosso país adquirir culturas de outros, modificando, nomeadamente, a alimentação em épocas festivas, como o uso de Galette des Rois e da Buche de Noël no jantar de Natal.
Galette des Rois
A influência norte-americana (Americanização) é visível por todo o globo, através de exemplos como o cinema sendo que a maior parte dos filmes são realizados por norte-americanos; a restauração de fast-food, como o MCDonald’s, Burger King, entre outros. O Brasil também adotou parte da cultura portuguesa e da angolana.
Em conclusão, as culturas têm evoluído cada vez mais e o que era considerado moderno, há uns tempos atrás, agora é considerado desatualizado. Segundo Cello Vieira, Quem vive de culturas primitivas está parado no tempo.

Autores:

Ivo Barros Brito, 12ºB
Mara Xavier Martins, 12ºB
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