Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa) |
Calouste Gulbenkian nasceu a 1866 e morreu em 1955. Foi um empresário de sucesso, e fundou a Fundação Calouste Gulbenkian. Este era um homem que gostava de colecionar arte. Nasceu no Império Otomano e morreu em Lisboa, onde no seu testamento referiu que queria que criassem uma fundação com o seu nome.
Calouste Gulbenkian (c. 1900) |
Nasceu numa família de abastados comerciantes arménios de Istambul. O seu pai importava querosene da Rússia. Estudou em Londres, no King's College, onde obteve o diploma de Engenharia (1887). Fez uma viagem à Transcaucásia em 1891, visitando os campos petrolíferos de Baku. Aos 22 anos de idade, publicou o livro La Transcaucasie et la Péninsule d'Apchéron - Souvernirs de Voyage, do qual alguns capítulos foram publicados numa revista que chegou às mãos do ministro das Minas do governo otomano. Gulbenkian foi, por este, encarregado de elaborar um relatório sobre os campos de petróleo do Império Otomano, em especial na Mesopotâmia.
Negociador hábil e esclarecido, perito financeiro de grande categoria, Gulbenkian negociou contratos de exploração petrolífera com os grandes financistas internacionais e as autoridades otomanas, fomentando a exploração racional e organizada desta fonte de energia emergente. A indústria internacional dos petróleos começava a tomar forma no fim do século XIX. Gulbenkian organizou o grupo Royal Dutch, serviu de ligação entre as indústrias americanas e russas e deu o primeiro impulso à indústria na região do Golfo Pérsico.
Calouste Gulbenkian foi um amante de arte e homem de raro e sensível gosto, além de reunir uma extraordinária coleção de arte, principalmente europeia e asiática, de mais de seis milhares de peças.
Na arte europeia, reuniu obras que vão desde os mestres primitivos à pintura impressionista. Uma parte desta coleção esteve exposta por empréstimo, entre 1930 e 1950, na National Gallery (Londres) em Londres, e à Galeria Nacional de Arte em Washington, DC. Figuram na coleção obras de Carpaccio, Rubens, Van Dyck, Rembrandt, Gainsborough, Romney, Lawrence, Fragonard, Corot, Renoir, Boucher, Manet, Degas, Monet e muitos outros.
Além da pintura, reuniu um importante espólio de escultura do antigo Egito, cerâmicas orientais, manuscritos, encadernações e livros antigos, artigos de vidro da Síria, mobiliário francês, tapeçarias, têxteis, peças de joalharia de René Lalique, moedas gregas, medalhas italianas do Renascimento, etc. Quando de sua morte, em 1955, a sua coleção de obras de arte estava avaliada em mais de 15 milhões de dólares.
Da joalharia de Lalique destacamos uma peça, o peitoral da "mulher-libélula". Sem dúvida uma das joias mais espetaculares alguma vez criada por René Lalique, o grande criador da joalharia moderna, este peitoral “mulher-libélula” foi apresentado com enorme sucesso na Exposição Universal de Paris de 1900, onde o artista viu consagrada a sua obra de joalheiro Arte Nova. A figura híbrida, simultaneamente bela e horrível, é constituída por uma enorme libélula em ouro e esmalte de asas abertas articuladas, com finíssima decoração de esmalte vitral enriquecido por diamantes, esmaltes e pedras de lua. Da boca escancarada do inseto com garras de grifo sai um busto de mulher em crisópraso, cuja cabeça é coberta por um elmo decorado com duas figuras de escaravelhos em ouro esmaltado. O corpo longilíneo do inseto, também em ouro esmaltado, apresenta ainda calcedónias em cabuchão. Combinando a figura feminina com o inseto que simultaneamente atrai e repele ao tornar-se uma criatura híbrida com ferozes garras de grifo, este mundo de contrastes e opostos, tão típico do gosto da época, encontra nesta joia o seu verdadeiro paradigma.
Foi desejo de Gulbenkian que a coleção que reuniu ao longo da vida ficasse exposta num mesmo local. Assim é, em Lisboa, desde junho de 1960. Em 1969 foi inaugurado o edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (que acolhe os serviços centrais da Fundação, 2 auditórios, salas de conferências e 2 espaços expositivos) e o Museu, onde se encontra esta coleção permanente. Em 1983 foi inaugurado o Centro de Arte Moderna, no mesmo parque junto à Praça de Espanha onde se localizam todos esses edifícios.
É uma fundação pretende melhorar a qualidade de vida das pessoas através das artes e ciências. Partilhar as estratégias de cada uma das iniciativas é o principal objetivo que pretende alcançar para conseguir uma melhor divulgação e ampliar o impacto global que procuram.
A fundação financia terceiros; apoia projetos inovadores que gerem progresso e adaptabilidade à mudança; forma e cria novas capacidade de enfrentar questões atuais; cria redes e parcerias, aproximando pessoas e instituições.
A fundação atribui vários prémios para continuar a iniciativa das empresas e jovens, como o:
-Prémio Calouste Gulbenkian é atribuído a uma instituição ou a uma pessoa, portuguesa ou estrangeira, que se tenha distinguido na defesa dos valores essenciais da condição humana.
-Prémio de Artes Visuais para Jovens Criadores, que se destina a artistas de nacionalidade portuguesa ou estrangeira, com idades compreendidas entre os 25 e os 35 anos, que tenham terminado uma formação completa numa escola de artes portuguesa há menos de três anos.
A Fundação participa de diversos eventos ao longo do ano, sendo que neste momento está a decorrer a festa do livro e oficinas de artes plásticas do natal para as crianças. Esta também concede bolsas de estudo e de apoio aos alunos mais destacados, e também apoia projetos em diversas áreas.
Em conclusão, a fundação Calouste Gulbenkian é uma das maiores e melhores fundações apoiantes do desenvolvimento cultural e social da população mundial, que ajuda na criação de projetos inovadores relacionados com as artes.
Autores:
Afonso Santos, 9ºB
Tomás Moura, 9ºB