Últimas Notícias

Economia

Sociedade

Ciência e Tecnologia

Cultura

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Rótulos...leia-os pela sua saúde!


Vivemos numa época em que a deterioração ambiental, a escassez de recursos, as dificuldades económicas, a perda de hábitos saudáveis e outros índices de degradação de qualidade de vida, são uma realidade. De facto, na sociedade atual o consumidor não se preocupa com as consequências das suas escolhas, orientando-se por princípios consumistas e deixando-se manipular pelas poderosas técnicas de marketing. 
Neste contexto, assume especial importância a leitura dos rótulos dos produtos, pois acreditamos que pode ser um meio eficaz para ajudar os consumidores a comer bem e viver melhor, o que contribuirá para uma sociedade mais saudável e sustentável. 
Assim, antes de escolher o bem pretendido, aconselhamos uma leitura atenta da lista de ingredientes ou da composição dos produtos, bem como de todas as informações inscritas na embalagem.
Nesse sentido, apresentamos algumas dicas para facilitar a leitura dos rótulos e sugestões a ter em conta para efetuar uma melhor escolha:
prefira os alimentos com a menor lista de ingredientes possível;
os ingredientes estão organizados por ordem decrescente, a partir dos que existem em maior quantidade, até aos que estão presentes em menor quantidade (incluindo aditivos e substâncias alergénicas);
evite os alimentos que têm muitos açúcares e gorduras saturadas ou trans que normalmente constam no início da lista;
opte por alimentos com menos “E” (E330, E120,…);
quando as embalagens apresentarem o semáforo, escolha os alimentos com maior número de nutrientes de cor verde;
analise os nutrientes por porção (e não por cada 100 gr) pois é essa a quantidade que vai ser ingerida; 
verifique o prazo de validade e o estado das embalagens. Se as embalagens de produtos congelados estiverem húmidas ou apresentarem cristais de gelo no interior, rejeite-as. Esta situação indicia que os produtos sofreram descongelação e que a rede de frio não foi mantida constante;
escolha produtos com o símbolo da sociedade ponto verde que garante que as embalagens são recicláveis 
confira se os produtos são certificados por entidades autorizadas e reconhecidas em termos ambientais; 
Face ao exposto, apelamos à consciência crítica de todos os consumidores. É crucial uma mudança de atitude no ato de consumir. Consumindo com consciência, estaremos a economizar recursos, a salvaguardar o futuro do planeta e, a um nível mais pessoal, a garantir uma vida mais saudável e com mais qualidade para nós e para toda a comunidade. 
Não compre por impulso. Faça um consumo consciente. Esteja atento a todos os detalhes do produto que vai adquirir e valorize as empresas com práticas de responsabilidade social e ambiental.

Autores:

Maria Ribeiro, 10ºC
Joana Marques, 10ºC
André Cunha, 10ºC

Ler mais ...

O comércio português num mundo globalizado


Os Produtos Mais Comercializados

De acordo com dados publicados pelo INE, a Balança Comercial portuguesa, apresenta saldos negativos. Isto significa que nos últimos anos as importações têm superado as exportações. Apesar de continuarem negativos, os saldos da balança comercial têm vindo a melhorar, o que se deve, em parte, ao maior dinamismo das nossas exportações.

Referentemente aos produtos que mais contribuíram para o saldo da Balança Comercial portuguesa nos anos de 2014 e 2015, verificamos que não se registam grandes oscilações excetuando a categoria dos combustíveis minerais, que apresentam um aumento de cerca de 2000 milhões de euros no seu saldo em 2015 face a 2014, passando de cerca de -6000 milhões de euros em 2014 para cerca de -4000 milhões de euros em 2015.

Fonte: INE – Estatísticas do Comércio Internacional 2015 (edição 2016) p. 35
Com base no gráfico conclui-se que os produtos que contribuíram positivamente para os saldos da balança comercial foram os minerais e minérios, o calçado, as pastas celulósicas e papel e o vestuário. Em contrapartida, o contributo das categorias de veículos e outros materiais de transporte, máquinas e aparelhos, produtos agrícolas, produtos químicos e combustíveis minerais foi negativo. 
Concluindo, verificamos que são os setores mais tradicionais da economia portuguesa que continuam a ser os mais dinâmicos em termos de exportações.

Principais parceiros

Com base nos dados publicados pelo INE relativos à Balança de bens, é possível identificar os principais parceiros de Portugal no comércio externo. Constata-se que os principais clientes das exportações portuguesas são E.U.A., França, Reino Unido e Angola, pois apresentam um saldo positivo na balança de bens, o que significa que exportamos mais do que importamos desses países. 
A Espanha, Alemanha e Itália são os maiores fornecedores de Portugal, neste caso a sua balança de bens apresenta um saldo negativo, isto é, exportamos menos do que exportamos para esses países.
Além do grupo de países mencionados, Portugal realiza muitas operações de comércio externo com a China, Países Baixos e Marrocos.
De 2014 para 2015, temos aumentado as importações da China, Itália e Alemanha. Em contrapartida, têm diminuído as importações de Espanha e Países Baixos.


No que toca ao grupo dos clientes de Portugal, verifica-se uma melhoria da nossa posição, que reflete um aumento de exportações para esses países. Angola foi o único país que revelou uma tendência contrária. 
Concluindo, percebemos que, de modo geral, as evoluções foram positivas e todas as balanças tendem a ficar superavitárias. Nota só para a Espanha que está, visivelmente com valores muito negativos na sua balança de mercadorias.

Autores:

Tiago Ribeiro, 11ºB
Diogo Almeida, 11ºB




Ler mais ...

Emprego jovem em queda


Desde do ano de 2002 que temos verificado um decréscimo da taxa de emprego jovem em Portugal, estando atualmente abaixo da média da União Europeia (UE). 
No ano de 2002, o valor da taxa de emprego jovem em Portugal foi de 42,2%. No mesmo ano, a UE apresentava um valor mais baixo, com apenas 36,6%. 
No entanto, esta situação apenas se verificou até ao ano de 2004. A partir de 2005, a tendência inverteu-se e Portugal passou a registar uma taxa de emprego jovem inferior à da UE. De acordo com o gráfico, concluímos que o nosso país manteve uma posição divergente relativamente à UE até ao ano de 2013, no qual se regista a menor taxa de emprego dos últimos anos, 21,7%. Não obstante, é importante salientar que apesar da nossa taxa de emprego continuar abaixo da média europeia, a partir de 2014, Portugal encontra-se em convergência com os países da UE, registando aumentos, mesmo que ligeiros, no emprego jovem. Ainda assim, Portugal tem um longo caminho para percorrer até conseguir igualar a posição da união Europeia. Em 2015, a taxa de emprego jovem em Portugal estava 10,2 pontos percentuais abaixo dos valores apresentados na UE.
Neste contexto, muitos jovens têm saído do país à procura de oportunidades de emprego, com o intuito de garantir um futuro melhor quer ao nível profissional quer ao nível de bem-estar pessoal. 
Assim, é urgente que se tomem medidas que permitam criar mais empregos, de modo a evitar a fuga da população ativa que é aquela que sustenta o sistema de segurança social e garante a criação de mais riqueza que se refletirá de forma positiva no crescimento económico.

Autora:

Sara Freitas, 11ºB

Ler mais ...

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Jogos Olímpicos - Atenas 1896


Os Jogos Olímpicos de Verão de 1896 foram os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, realizados em Atenas, Grécia, berço dos Jogos da Antiguidade, entre os dias 6 e 15 de abril de 1896, com a participação de 241 atletas masculinos, representantes de catorze países. O evento realizou-se graças ao empenho do francês Pierre de Frédy, o Barão de Coubertin. 
Pierre Coubertin
O Barão de Coubertin foi um idealizador do renascimento dos Jogos existentes na Grécia Antiga, mentor do movimento olímpico e fundador do Comité Olímpico Internacional. 
A cerimónia de inauguração acabou por acontecer numa segunda-feira de Páscoa, com o discurso de abertura proferido diante de cem mil espectadores pelo próprio rei da Grécia, Jorge I, após a inauguração de uma estátua em homenagem ao rico financista ateniense George Averoff na entrada do Estádio Panathinaiko, principal palco das competições e uma maravilha arquitetónica, toda em mármore. Averof foi o responsável pela restauração e modernização do estádio e financiador da organização do evento, e que impediu o seu cancelamento antes mesmo de iniciado, devido às penosas condições do cenário real grego. 
Houve nove atividades a ser realizadas:  atletismo, ciclismo, esgrima, ginástica, halterofilismo, luta, natação, ténis e tiro. 

ATLETISMO: 
As provas do atletismo tiveram a participação mais internacional dentro de todos os desportos. O maior destaque foi a maratona, realizada pela primeira vez uma competição internacional. Spiridon Louis, um carregador de água até então desconhecido, ganhou a prova para se tornar o único campeão grego do atletismo e um herói nacional. Embora a Grécia fosse a favorita para ganhar o arremesso de disco e o arremesso de peso, os melhores atletas gregos terminaram logo atrás do americano Robert Garrett em ambas as competições. 
Corrida de 100 metros, JO 1896

CICLISMO: 
As regras da Associação Internacional de Ciclismo foram usadas para as competições de ciclismo.As provas de ciclismo de pista foram realizadas no recém-construído velódromo Neo Phaliron. Somente uma prova de estrada foi realizada, uma corrida entre Atenas e Maratona de ida e volta (totalizando 87 quilómetros). 

ESGRIMA: 
As competições de esgrima foram realizadas no Zappeion, que foi construído com o dinheiro que Evangelis Zappas doou para reviver os antigos Jogos Olímpicos. Ele nunca tinha visto uma competição desportiva antes. Ao contrário de outros desportos (em que apenas os amadores foram autorizados a tomar parte nos Jogos Olímpicos), os profissionais foram autorizados a competir na esgrima, embora em um evento separado. 

HALTEROFILISMO: 
O levantamento de peso como desporto ainda era recente em 1896, e as regras diferentes das que são usadas atualmente. As competições foram realizadas ao ar livre, no interior do campo do estádio principal, e não havia limites de peso. A primeira prova foi realizada em um estilo hoje conhecido como arremesso (em inglês: clean and jerk).  

LUTAS: 
Não existiam categorias de peso para a competição de luta livre, realizada no Estádio Panathinaiko, o que significava que haveria apenas um vencedor entre os concorrentes de todos os tamanhos. As regras utilizadas eram semelhantes à moderna luta greco-romana, embora não houvesse um limite de tempo. 

NATAÇÃO: 
Nadador húngaro, Alfréd Hajós
As competições de natação foram realizadas em mar aberto, porque os organizadores recusaram-se a gastar o dinheiro para construir um estádio especialmente para os Jogos. Cerca de vinte mil espectadores reuniram-se na Baía de Zea, ao longo da costa do Pireu, para assistir às provas. A água da baía estava gelada, e os competidores sofreram bastante durante suas provas. Foram três competições abertas: (100 metros estilo livre, 500 metros estilo livre, e 1200 metros estilo livre), além de um evento especial, aberto somente para marinheiros gregos, os quais foram realizadas no mesmo dia. 

TÉNIS: 
Apesar do ténis já ser um desporto importante no final do século XIX, nenhum dos principais jogadores apareceu para o torneio. A competição foi realizada nas quadras do Lawn Tennis Club de Atenas, e no interior do campo do velódromo utilizado para as provas de ciclismo. 

TIRO: 
Realizada numa serrania de Kallithea, as competições de tiro constituíram de cinco provas, duas utilizando rifle e três com a pistola. A primeira prova, a carabina militar, foi vencida por Pantelis Karasevdas, o único concorrente a acertar o alvo em todos os seus tiros. A segunda prova, para pistolas militares, foi dominada por dois irmãos americanos: John e Sumner Paine, que se tornaram a primeira dupla de irmãos a terminar em primeiro e segundo lugar na mesma competição. A fim de evitar constranger os anfitriões, os irmãos decidiram que apenas um deles iria competir na próxima prova de pistola, a pistola livre.  

Ao final do século XIX, o barão de Coubertin teve a ideia de reinventar os Jogos Olímpicos da Antiguidade, numa nova versão que permitia a participação de atletas de todo o mundo; os Jogos anteriores permitiam que apenas atletas do sexo masculino de origem grega participassem das competições. 
Após a aprovação oficial da proposta no primeiro Congresso Olímpico realizado em 1894, a escolha da cidade-sede foi unânime.  Catorze séculos depois, Atenas, palco dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, receberia os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, que se iniciaram no dia 6 de abril e terminaram em 15 de abril de 1896. 
Para o Barão de Coubertin, o renascimento dos Jogos Olímpicos não era apenas um sonho, mas também uma consequência dos avanços científicos e culturais do século XIX. “Os homens começaram a viver menos isoladamente, raças diferentes aprenderam a conhecer e a entender o outro melhor e, ao comparar as suas forças e conquistas na arte, na indústria e na ciência, uma rivalidade honrosa surgiu entre eles, encorajando-os a atingir feitos ainda maiores”, diz o barão na introdução do Relatório Oficial dos Jogos Olímpicos de 1896, já apresentando os conceitos do que posteriormente se tornariam os valores do Olimpismo: respeito, amizade e excelência. 

O Ideal Olímpico: 
O tão enfatizado Ideal Olímpico foi criado pelo barão Pierre de Coubertin quando fez ressuscitar os Jogos Olímpicos. Tinha por finalidade enaltecer o prazer cavalheiresco de competir independentemente do resultado, a lealdade e a generosidade também eram contempladas. Com esta fórmula, os Jogos Olímpicos deveriam ser o maior encontro de atletas amadores, que iriam conviver e competir, não tendo em vista mais do que mostrar o resultado do seu trabalho desportivo durante a Olimpíada, num determinado local e período de tempo.

Autores:

Carlos Sousa, 9ºB
Filipa Pinto, 9ºB

Ler mais ...

Agricultura Biológica - vantagens


A Agricultura Biológica é um modo de produção que visa produzir alimentos e fibras têxteis de elevada qualidade, saudáveis, ao mesmo tempo que promove práticas sustentáveis e de impacto positivo no ecossistema agrícola. Assim, através do uso adequado de métodos preventivos e culturais, tais como as rotações, os adubos verdes, a compostagem, as consociações e a instalação de sebes vivas, entre outros, fomenta a melhoria da fertilidade do solo e a biodiversidade.


Ler mais ...

DNA - entre a hélice dos segredos humanos

A turma A do 11º ano, à disciplina de Biologia e Geologia, elaborou reportagens infográficas relativas à divisão celular e replicação do DNA. A replicação é o processo de duplicação de uma molécula de DNA de dupla cadeia (hélice). A replicação deve acontecer antes da divisão celular - Mitose.





Ler mais ...

O legado egípcio...para lá das pirâmides


Se pedirmos a alguém para identificara a civilização faraónica, a resposta mencionaria as pirâmides e as múmias. Quantas pessoas sabem que existe um grande índice de ideias, palavras e costumes que nos chegaram do Antigo Egito?
Hoje sabemos que a presença egípcia na Síria- Palestina foi uma grande constante desde as suas primeiras dinastias. Esta presença levou ao domínio da região durante o Império Novo, este foi o período durante o qual mais recursos culturais faraónicos foram impressos no Mediterrâneo Oriental, onde estes acabariam por chegar ao mundo ocidental através dos fenícios, gregos, judeus e árabes.
O alfabeto egípcio:
Um exemplo do legado egípcio no Oriente é o alfabeto. Os egípcios escreviam com hieróglifos, mas não se sabe que estes símbolos podem ser trilíteros, bilíteros ou unilíteros. No alfabeto egípcio existiam 24 símbolos unilíteros e eram usados como componente fonético das palavras, (eram escritos juntos de outros símbolos para ajudar na leitura, mas não se pronunciavam na leitura.), que só eram utilizados alfabeticamente para transcrever ou escrever nomes estrangeiros.
Contos e lendas:
O alfabeto não é o único aspeto relacionado com a escrita ou a literatura que nos chegou das margens do Nilo. A literatura presta tributo à tradição egípcia. Exemplos de contos faraónicos: “A conquista de Jaffa”, “Príncipe Predestinado” etc. A nós, também chegaram palavras usadas pelos faraós e pelos seus súbditos, por exemplo “o adobe” tem a raiz faraónica djebet, “oásis” deriva de uhat (“região dos oásis”)
O Egito e a Bíblia:
A cultura egípcia presente no livro sagrado judaico-cristão não se limita aos faraós mencionados, nem à sua influência direta na política regional como aconteceu com Chechonk, Tahara e Necau. Essa inspiração reflete-se co conteúdo de alguns dos seus textos. O livro onde se torna mais evidente a influência faraónica é nos “Provérbios”, porque a sua primeira parte oferece grande semelhança com uma dezena de capítulos da “Instrução de Amenemope”.
Relatos da criação:
Uma das principais cosmogonias do Egito é a chamada teologia menfita cujo protagonista e criador do mundo é o Deus Ptah, deus titular de Mênfis. Dos egípcios, recebemos inclusivamente alguns costumes tão enraizados entre nós como as procissões religiosas. No Egipto, só é Rei e o grande sacerdote podiam entrar no santuário do deus e contemplar a sua estátua. Já o resto dos fieis, tinha de se resignar a ver a divindade quando era passeada na barca portátil aos ombros dos sacerdotes durante algumas festas. A festa mais espetacular tinha lugar em Tebas: a festa de Opet, era quando as estátuas de Amon, Mut e Khonsu se reuniam em procissão e eram levadas até ao templo de Lucsor. (Este é um costume que se assemelha à Semana Santa)
Virgem e o Menino (arte copta, pergaminho séc. XIX)
O fogo do Inferno:
Juntamente com as procissões, chegaram também algumas representações que hoje são consideradas como cristãs, como o inferno em chamas. Esta ideia de um destino onde as almas dos condenados são queimadas e sujeitadas ao suplício para toda a eternidade depois de terem falhado o teste de juízo de Deus é uma nova versão de um velho mito. Toda a iconografia religiosa chegou-nos através dos coptas, que formaram uma das primeiras e mais consolidadas congregações cristãs do mundo antigo. A par destas imagens dos infernos, os coptas também nos transmitiram a imagem da Virgem e do Menino: uma estátua onde está uma mulher sentada acomodando no seu colo o filho.
Os sírio-palestinos não foram os únicos a serem influenciados pela cultura dos egípcios, também os gregos se identificavam devedores da civilização faraónica, por este motivo, foram muitos os helénicos de boas famílias que se deslocaram do Valo do Nilo para aprofundar os seus estudos.     
Como vemos, há muitas ideias que nos ligam ainda ao mundo faraónico – para lá das múmias e das pirâmides.

Ler mais ...

O feminismo e os movimentos sufragistas


O Código Eleitoral de 1913 determinou como "eleitores de cargos legislativos os cidadãos portugueses do sexo masculino maiores de 21 anos ou que completem essa idade até ao termo das operações de recenseamento, que estejam no pleno gozo dos seus direitos civis e políticos, saibam ler e escrever português, e residam no território da República Portuguesa."
Desta forma, punha-se termo à ambiguidade da legislação anterior, que permitira o voto de Carolina Beatriz Ângelo para a Assembleia Constituinte de 1911.
O projeto do Senado apresentado na sessão da Câmara dos Deputados, em janeiro de 1913, previa que também "as mulheres maiores de 25 anos e detentoras de curso superior, secundário ou especial" pudessem votar. Este parágrafo seria objeto de parecer negativo da comissão incumbida de examinar a lei eleitoral, entendendo não se justificar, "mormente quando às mulheres se não dá o direito de serem eleitas para os corpos políticos e para os cargos administrativos."
O sufrágio feminino provocaria um amplo debate nas duas câmaras parlamentares.
Os defensores do voto feminino argumentam com os ideais republicanos, a Constituição, o seu reconhecimento em alguns países e o facto de as mulheres exercerem na sociedade funções semelhantes às dos homens.
O Deputado Jacinto Nunes, um dos principais defensores do sufrágio feminino, protesta contra o parecer da comissão: "Se a mulher pode ser negociante, industrial, administradora do casal, quando o marido estiver interdito, deve, também, intervir na administração do Estado." Mais tarde, apresenta uma proposta de substituição, defendendo: "Se, em harmonia com o artigo 74.° da Constituição, são cidadãos, para os efeitos dos direitos políticos, todos os que estejam no gozo dos direitos civis, às mulheres deve ser concedido o direito de voto."
No dia 12 de junho, o Deputado Sá Pereira apresenta uma moção para o "reconhecimento dos direitos políticos à mulher", entendendo "que se deve conceder o voto às mulheres que tenham um curso superior, secundário ou especial, pois neste caso têm capacidade de eleitoras, e talvez em melhor condições do que certos homens". (Diário da Câmara dos Deputados, n.º 125, 12 de junho de 1913, p. 24).
Os opositores ao sufrágio feminino baseiam-se na tradicional religiosidade da mulher e no perigo de esse direito poder provocar discórdias domésticas, no caso de não existir concordância de opiniões no casal.
O Deputado Matos Cid defende que a mulher "tendo um espírito retrógrado, exerceria influência nefasta na vida política", "ajudaria a reação política e religiosa", pois os "clericais se servem da mulher, como a melhor das suas armas".
O Deputado José Brandão refere que "o papel que a mulher tem a desempenhar na sociedade, todo de amor e carinho" é contrário à política, "coisa que apaixona e que traria naturalmente consigo a discórdia na família". Considera ainda que, antes de se tomar uma decisão, se deveria aguardar pelos resultados da introdução do sufrágio feminino noutros países.
Também o Senador Feio Terenas, apoiando o voto das mulheres "com curso superior, secundário ou especial", não deixa de referir: "A mulher é, em geral, um espírito fraco, que vai ao confessionário, que ouve o seu diretor espiritual e as missões dos jesuítas e padres reacionários. Felizmente que nós estamos sendo livres desta praga, mas nem por isso podemos confiar na presente geração das mulheres ignorantes e fanatizadas".
O Código Eleitoral seria aprovado restringindo o direito de voto aos cidadãos do sexo masculino, maiores de 21 anos e alfabetizados.
A I República não consagraria o sufrágio feminino, apesar de algumas vozes discordantes, caso do Deputado Ramada Curto, que, em janeiro de 1920, apresenta a seguinte moção:
"A Câmara, considerando que atualmente em todo o mundo culto se encontra estabelecido o princípio do sufrágio universal com voto feminino;
Considerando que no programa doutrinário dos republicanos se achava consignado esse princípio;
Considerando que após nove anos da proclamação duma República democrática nada justifica a sobrevivência na lei do princípio do sufrágio restrito, que só um oportunismo político de ocasião permitiu que se estabelecesse:
Exprime o voto de que se consigne no estatuto eleitoral da República o princípio do sufrágio universal obrigatório com voto feminino e representação proporcional, e passa à ordem do dia."


Ler mais ...

Amadeo Souza-Cardoso em Paris


A exposição dedicada a Amadeo de Souza Cardoso (1887-1918), no Grand Palais, em Paris, esteve patente ao público de 20 de abril a 18 de julho de 2016. Realizada no âmbito das comemorações dos 50 anos da delegação francesa da Fundação Calouste Gulbenkian, a exposição, que abre ao público na quarta-feira, reúne 250 obras assinadas por Amadeo de Souza Cardoso, 15 obras de outros artistas, que foram próximos do criador português, como Modigliani, Constantin Brancusi e o casal Robert e Sonia Delaunay, e 52 documentos de arquivo.
Os Falcões (1912)
Amadeo de Souza-Cardoso nasceu em Manhufe (Amarante) em 1887 e pertenceu à primeira geração de pintores modernistas portugueses. Na realidade, destaca-se entre todos eles pela qualidade excecional da sua obra e pelo diálogo que estabeleceu com as vanguardas históricas do início do século XX. A sua pintura articula-se de modo aberto com movimentos como o cubismo o futurismo ou o expressionismo, atingindo em muitos momentos – e de modo sustentado na produção dos últimos anos –, um nível em tudo equiparável à produção de topo da arte internacional sua contemporânea.
A mostra é uma revelação, uma redescoberta para o público internacional, pois houve um conjunto de circunstâncias que levaram a que, durante largas décadas, o trabalho do pintor amarantino não tivesse sido convenientemente divulgado. A presença no Grand Palais pode permitir, assim, corrigir a "injustiça" da falta de visibilidade internacional do artista português, uma injustiça, porque o público não pôde ver, os artistas não puderam ver este trabalho, mas que está a ser corrigida e tem vindo a ser corrigida, depois de várias iniciativas.
O artista Almada Negreiros teve bem a consciência de que Amadeo era a primeira descoberta de Portugal na Europa do século XX. Agora, no século XXI o desafio é retomado. Enquanto esteve em Paris, entre 1906-1914, Amadeo estava, de facto, no centro das vanguardas do seu tempo, relacionou-se ao lado dos artistas que hoje em dia todos conhecemos como os principais artistas das vanguardas internacionais. Amadeo estava naturalmente no centro, sem quaisquer complexos de inferioridade. Ele estava muito à vontade em Manhufe ou em Paris.
A exposição mostra uma densa produção artística, ilustrando uma obra entranhada de referências ao mundo rural e ao mundo moderno, com registos cubistas, futuristas ou expressionistas, de um artista que dizia ter "tantas fases como a lua" e que foi traçando o próprio estilo sem querer integrar nenhum movimento.
Organizada pelo organismo público francês Réunion des Musées Nationaux et du Grand Palais des Champs-Élysées, com apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, uma exposição que mostrou as grandes realizações dos portugueses na História.
Cozinha da Casa de Manhufe (c. 1913)

Autora:

Catarina Lopes, 9ºA

Ler mais ...

Apple - 40 anos depois...e agora? What's new?


A Apple foi fundada por Steve Wozniak, Steve Jobs e Ronald Wayne com o nome de Apple Computers INC., em 1976, na Califórnia. Com vendas anuais (no ano fiscal de 2006) em torno dos US$ 19,3 bilhões, e sediada em Cupertino, na Califórnia, a Apple desenvolve, vende e oferece suporte a uma série de computadores pessoais, reprodutores de média portáteis, software e hardware. Entre os produtos mais conhecidos da empresa estão a linha de computadores Mac, seu sistema operacional Mac OS X e a linha iPod de reprodutores de média portáteis. Para o iPod e seu programa, o iTunes, a Apple vende audiobooks, filmes, jogos, música, programas televisivos e videoclipes na sua iTunes Store, recentemente entrou no ramo de celulares com a criação do iPhone.
Fundadores da Apple
A empresa era conhecida por Apple Computer, Inc. pelos seus primeiros 30 anos de existência, mas retirou a palavra "Computer" de sua razão social em 9 de janeiro de 2007. A mudança de nome, que seguiu a introdução do smartphone iPhone e do sistema de vídeo digital Apple TV, é uma representante da contínua expansão da empresa em outros mercados além do seu foco tradicional em computadores. 
A "Apple" também opera mais de 200 pontos de venda nos Estados Unidos, Japão, Reino Unido, Canadá e Itália. As lojas vendem a maioria dos produtos da empresa, assim como muitos produtos de terceiros e oferece suporte e consertos no local para seu hardware e software. A empresa emprega mais de 20 000 pessoas mundo afora, entre cargos permanentes e temporários. 
Steve Jobs apresenta o primeiro Macintosh (1984)
Por uma variedade de razões, desde sua filosofia de design às suas raízes indie, assim como suas campanhas publicitárias, a Apple construiu uma reputação distinta na indústria de informática e eletrônicos e cultivou uma base de consumidores que é devotada de modo incomum à empresa e à sua marca. Na data de 24 de agosto de 2011 Steve Jobs anuncia oficialmente a sua renúncia do cargo de CEO da Apple e em 5 de outubro de 2011, falece.
Correu um boato de que a empresa tinha superado a Microsoft em meados de 1999 em valor de mercado, que teria se tornado a maior da história, mas o valor corrigido da inflação mostra que a Apple não tinha chegado àquele valor.
Alguns produtos de sucesso da Apple:
Apple l - O primeiro computador da empresa Apple em julho de 1976
Apple II - O primeiro computador da família II
Macintosh - A marca registrada da Apple para seus computadores.
QuickTime - Uma estrutura de suporte desenvolvida para desenvolvimento de software
PowerBook G3 – 1998, foi o primeiro notebook com processador PowerPC G3.
iMac – 1998, desde o primeiro modelo deste computador ele já possuía um design com diversos atributos novos
iBook - 1999, Notebook da Apple criado seguindo as mesmas características do iMac, com várias cores fortes e atributos novos.
iPod - 2001, foi um dos primeiros players portáteis de áudio e vídeo digital do mundo
iTunes Store - 2001, é a maior galeria de música digital legalizada no mundo.
iTunes - 2001, Foi desenvolvido para reproduzir e organizar arquivos de música e vídeo digitais.
Mac OS X - 2001, sistema operacional destinado aos computadores Macintosh.
MacBook - 2006, é o notebook sucessor do ibook.
iPhone - 2007, é um telefone com funções reprodução de áudio, câmera digital e internet. A navegação é feita através a partir de uma tela sensível a múltiplos toques (multitouch). Destaca-se ainda pela utilização de uma versão do sistema operacional OS X. Após seu lançamento, o aparelho vendeu 1 milhão de unidades em um período de apenas 74 dias.
iPod touch - 2007, é um dos modelos de iPod mais avançados, com funções quase idênticas as do iPhone, porém, sem a capacidade de fazer ligações e enviar mensagens de texto pagas.
iPad - 2010, é um 'tablet' criado pela empresa e apresentado em 27 de janeiro de 2010.
MacBook Air - 2008, apresentado em 15 de janeiro de 2008, é um notebook Macintosh fino da Apple apresentando um disco rígido de memória sólida.
iPad 2 - 2011, a segunda geração do iPad, que além de ser mais fino, mais rápido e mais leve, conta com uma câmera traseira e uma dianteira.
iPhone 4S - 2011, quinta geração do smartphone da Apple que conta com um processador A5, mais rápido que o do modelo anterior (iPhone 4). Teve como principal função o sistema de reconhecimento de voz Siri.
“Novo iPad” - 2012, a terceira geração do iPad, um pouco mais pesado que a sua geração anterior mas com muito mais tecnologia, como a conexão 4G, uma tela de Retina com quatro vezes a mais pixels que sua versão anterior, equipado com o processador A5X e uma câmera de 5 megapixels com filmagem Full HD (1080p).
iPhone 5 - 2012, sexta geração do iPhone, conta com um processador A6, muito mais rápido que os anteriores, além de possuir a capacidade de tirar fotos panorâmicas e outras 600 funções novas (mantendo algumas da geração anterior). Ainda conta com um design mais fino e elegante e uma tela de 0,5 polegadas maior. Ainda conta com uma câmera frontal (câmera FaceTime HD de 1,3 megapixels) melhor que as das versões anteriores de iPhones.
iPod Touch 5G - 2012
iPhone 5s - 2013, sétima geração do smartphone da Apple, conta com um processador A7 de 64 bits e leitor de impressão digital Touch ID. Disponível em três cores: cinza espacial, ouro e prata.
iPhone 5c - 2013, primeiro modelo alternativo ao iPhone com custo reduzido. Conta com as mesmas especificações do iPhone 5 e está disponível em cinco cores: branco, amarelo, verde, azul e rosa.
iPhone 6 - 2014, oitava geração do smartphone da Apple, conta com um processador A8 de 64 bits, leitor de impressão digital, NFC para transações comerciais, novo sistema de estabilização de imagens para a câmera, além de apresentar uma tela maior em relação ao iPhone 5s, de 4,7 polegadas.
iPhone 6 Plus - 2014, possui as mesmas funções do iPhone 6, mas possui uma tela full HD, além de funções no software diferentes dos outros modelos de iPhone.
AppleWatch - 2014 O Apple Watch é um relógio inteligente. O seu funcionamento só é possível associado a um iPhone 5 ou posterior. Seu lançamento está programado para o início de 2015. Ele possui a capacidade de rastrear atividades físicas.
iPhone 6s e iPhone 6s Plus - 2015 O iPhone 6s é o sucessor do iPhone 6, e é equipado com o iOS 9, novo sistema operacional da Apple para seus iPhones e iPads. O 6s ganhou uma função jamais vista nos outros smartphones da Apple, o 3D Touch. O tamanho da tela de ambos smartphones é a mesma dos iPhones 6 e 6 Plus. E, a câmera principal passou a filmar em Ultra HD (4K), além de poder tirar fotos de 12 megapixels.
iPhone SE - 2016 possui o mesmo tamanho de tela do iPhone 5s, mas apresenta especificações técnicas de uma geração acima, do iPhone 6s.

Autores:

João Silva, 9ºB
Vasco Ferreira, 9ºB

Ler mais ...

Museu da Marinha

NRP Sagres - navio-escola da Marinha Portuguesa

A Marinha Portuguesa tem uma história bastante antiga, que se liga à própria história de Portugal, aliás, a Marinha de Guerra Portuguesa é o ramo das Forças Armadas mais antigo do mundo, de acordo com uma bula papal. A primeira batalha naval da Marinha Portuguesa de que se tem conhecimento, deu-se em 1180, durante o reinado do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, ao largo do Cabo Espichel, quando uma esquadra portuguesa, comandada por D. Fuas Roupinho, derrotou uma esquadra muçulmana.
É o Rei D. Dinis quem decide, pela primeira vez, dar uma organização permanente à Marinha Real em 1312, sendo nessa altura nomeado o primeiro Almirante do Reino, Manuel Pessanha.
No final do século XIV, dá-se início à expansão ultramarina portuguesa que se irá manter até século XVI. A Marinha toma aí o papel principal, primeiro explorando os oceanos e depois combatendo as potências que se opunham ao domínio português. A partir daí, a Marinha Portuguesa passa a atuar em todos os oceanos do mundo, desde o Atlântico ao Pacífico.
Ao longo dos séculos a nossa Marinha foi essencial para a consolidação do nosso Império e para a dinâmica económica do mesmo. O Museu da Marinha retrata esta História de vários séculos.
A ideia do Museu remonta a 1863, quando D. Luís decretou a constituição de uma coleção de testemunhos relacionados com a atividade marítima portuguesa.
Depois de passar por vários espaços, nomeadamente o palácio dos Condes de Farrobo nas Laranjeiras, em Lisboa, onde esteve de 1949 até 1962, ano em que se instalou nas alas Norte e Poente do Mosteiro dos Jerónimos. Considerado Organismo Cultural da Marinha de Guerra Portuguesa, a sua missão, mais do que relevar exclusivamente os assuntos militares navais, é salvaguardar e divulgar o passado marítimo português e tudo o que se relaciona com os mais diversos aspetos e atividades humanas no mar.
O museu inclui o Pavilhão das Galeotas que alberga as embarcações reais, como o bergantim, mandado construir em 1780, cuja última vez que navegou foi em 1957, por ocasião da visita oficial da Rainha Isabel II de Inglaterra a Portugal.
Este pavilhão, construído em finais da década de 1950 com projeto de arquitetura do Prof. Arquiteto Frederico George, é o primeiro edifício construído em Portugal de raiz, para albergar coleções museológicas.


Ler mais ...

Calouste Gulbenkian: um mecenas do século XX

Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa)

Calouste Gulbenkian nasceu a 1866 e morreu em 1955. Foi um empresário de sucesso, e fundou a Fundação Calouste Gulbenkian. Este era um homem que gostava de colecionar arte. Nasceu no Império Otomano e morreu em Lisboa, onde no seu testamento referiu que queria que criassem uma fundação com o seu nome.
Calouste Gulbenkian (c. 1900)
Nasceu numa família de abastados comerciantes arménios de Istambul. O seu pai importava querosene da Rússia. Estudou em Londres, no King's College, onde obteve o diploma de Engenharia (1887). Fez uma viagem à Transcaucásia em 1891, visitando os campos petrolíferos de Baku. Aos 22 anos de idade, publicou o livro La Transcaucasie et la Péninsule d'Apchéron - Souvernirs de Voyage, do qual alguns capítulos foram publicados numa revista que chegou às mãos do ministro das Minas do governo otomano. Gulbenkian foi, por este, encarregado de elaborar um relatório sobre os campos de petróleo do Império Otomano, em especial na Mesopotâmia.
Negociador hábil e esclarecido, perito financeiro de grande categoria, Gulbenkian negociou contratos de exploração petrolífera com os grandes financistas internacionais e as autoridades otomanas, fomentando a exploração racional e organizada desta fonte de energia emergente. A indústria internacional dos petróleos começava a tomar forma no fim do século XIX. Gulbenkian organizou o grupo Royal Dutch, serviu de ligação entre as indústrias americanas e russas e deu o primeiro impulso à indústria na região do Golfo Pérsico.
Calouste Gulbenkian foi um amante de arte e homem de raro e sensível gosto, além de reunir uma extraordinária coleção de arte, principalmente europeia e asiática, de mais de seis milhares de peças.
Na arte europeia, reuniu obras que vão desde os mestres primitivos à pintura impressionista. Uma parte desta coleção esteve exposta por empréstimo, entre 1930 e 1950, na National Gallery (Londres) em Londres, e à Galeria Nacional de Arte em Washington, DC. Figuram na coleção obras de Carpaccio, Rubens, Van Dyck, Rembrandt, Gainsborough, Romney, Lawrence, Fragonard, Corot, Renoir, Boucher, Manet, Degas, Monet e muitos outros.
Além da pintura, reuniu um importante espólio de escultura do antigo Egito, cerâmicas orientais, manuscritos, encadernações e livros antigos, artigos de vidro da Síria, mobiliário francês, tapeçarias, têxteis, peças de joalharia de René Lalique, moedas gregas, medalhas italianas do Renascimento, etc. Quando de sua morte, em 1955, a sua coleção de obras de arte estava avaliada em mais de 15 milhões de dólares.
Da joalharia de Lalique destacamos uma peça, o peitoral da "mulher-libélula". Sem dúvida uma das joias mais espetaculares alguma vez criada por René Lalique, o grande criador da joalharia moderna, este peitoral “mulher-libélula” foi apresentado com enorme sucesso na Exposição Universal de Paris de 1900, onde o artista viu consagrada a sua obra de joalheiro Arte Nova. A figura híbrida, simultaneamente bela e horrível, é constituída por uma enorme libélula em ouro e esmalte de asas abertas articuladas, com finíssima decoração de esmalte vitral enriquecido por diamantes, esmaltes e pedras de lua. Da boca escancarada do inseto com garras de grifo sai um busto de mulher em crisópraso, cuja cabeça é coberta por um elmo decorado com duas figuras de escaravelhos em ouro esmaltado. O corpo longilíneo do inseto, também em ouro esmaltado, apresenta ainda calcedónias em cabuchão. Combinando a figura feminina com o inseto que simultaneamente atrai e repele ao tornar-se uma criatura híbrida com ferozes garras de grifo, este mundo de contrastes e opostos, tão típico do gosto da época, encontra nesta joia o seu verdadeiro paradigma.
Peitoral “mulher-libélula”, René Lalique (1860-1945)
Foi desejo de Gulbenkian que a coleção que reuniu ao longo da vida ficasse exposta num mesmo local. Assim é, em Lisboa, desde junho de 1960. Em 1969 foi inaugurado o edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian (que acolhe os serviços centrais da Fundação, 2 auditórios, salas de conferências e 2 espaços expositivos) e o Museu, onde se encontra esta coleção permanente. Em 1983 foi inaugurado o Centro de Arte Moderna, no mesmo parque junto à Praça de Espanha onde se localizam todos esses edifícios.
É uma fundação pretende melhorar a qualidade de vida das pessoas através das artes e ciências. Partilhar as estratégias de cada uma das iniciativas é o principal objetivo que pretende alcançar para conseguir uma melhor divulgação e ampliar o impacto global que procuram.
A fundação financia terceiros; apoia projetos inovadores que gerem progresso e adaptabilidade à mudança; forma e cria novas capacidade de enfrentar questões atuais; cria redes e parcerias, aproximando pessoas e instituições.
A fundação atribui vários prémios para continuar a iniciativa das empresas e jovens, como o:
-Prémio Calouste Gulbenkian é atribuído a uma instituição ou a uma pessoa, portuguesa ou estrangeira, que se tenha distinguido na defesa dos valores essenciais da condição humana.
-Prémio de Artes Visuais para Jovens Criadores, que se destina a artistas de nacionalidade portuguesa ou estrangeira, com idades compreendidas entre os 25 e os 35 anos, que tenham terminado uma formação completa numa escola de artes portuguesa há menos de três anos.
A Fundação participa de diversos eventos ao longo do ano, sendo que neste momento está a decorrer a festa do livro e oficinas de artes plásticas do natal para as crianças. Esta também concede bolsas de estudo e de apoio aos alunos mais destacados, e também apoia projetos em diversas áreas.
Em conclusão, a fundação Calouste Gulbenkian é uma das maiores e melhores fundações apoiantes do desenvolvimento cultural e social da população mundial, que ajuda na criação de projetos inovadores relacionados com as artes.

Autores:

Afonso Santos, 9ºB
Tomás Moura, 9ºB

Ler mais ...

Alto Douro Vinhateiro - desde a demarcação pombalina às potencialidades turísticas


O Alto Douro Vinhateiro (ADV) foi inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO na categoria de Paisagem Cultural Evolutiva e Viva (a 14 de Dezembro de 2001, na 25.ª sessão do Comité do Património Mundial, realizada em Helsínquia.
O ADV corresponde à área mais representativa e melhor conservada da Região Demarcada do Douro (RDD) que é a mais antiga região vitícola demarcada e regulamentada do mundo, com delimitações desde 1756. A longa tradição de viticultura produziu uma paisagem cultural de beleza excepcional que reflecte a sua evolução tecnológica, social e económica.
As suas origens remontam à segunda metade do século XVII, altura em que o Vinho do Porto começa a ser produzido e exportado em quantidade, especialmente para a Inglaterra.
Contudo, os elevados lucros obtidos com as exportações para a Inglaterra viriam a gerar situações de fraude, de abuso e de adulteração da qualidade do vinho generoso (como é conhecido o vinho do Porto na região duriense). Os principais produtores de vinho durienses exigem então a intervenção do governo e a 10 de Setembro de 1756, é finalmente criada a "Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro".
Para demarcar o espaço físico da região foram então mandados implantar 201 marcos de granito. No ano de 1761 são colocados mais 134 marcos pombalinos, perfazendo então um total de 335.
Já em 10 de Maio de 1907, ao abrigo do decreto assinado por João Franco, a região demarcada é novamente delimitada, estendendo-se para o Douro Superior.
A superfície abrangida compreende 24.600ha, cerca de um décimo do total da RDD, tendo a sua zona
tampão uma área de 225.400ha. Desenvolve-se ao longo das encostas do rio Douro traduzindo-se numa faixa longitudinal com o rio ao centro e que abrange 13 municípios.
A Região Demarcada do Douro divide-se em 3 "zonas":
  • O Baixo-Corgo - com aproximadamente 51% da área ocupada por vinha, é toda a margem direita do Rio Douro, desde Barqueiros ao Rio Corgo (Régua). Na margem esquerda, desde a freguesia de Barrô até ao Rio Temi-Lobos, nas proximidades da Vila de Armamar;
  • O Cima-Corgo - com aproximadamente 36%, apoia-se na anterior e vai até ao meridiano que passa no Cachão da Valeira;
  • O Douro Superior - com aproximadamente 13%, apoia-se na anterior e vai até à fronteira espanhola.

É uma paisagem cultural evolutiva e viva, centrada na vitivinicultura desenvolvida em condições morfológicas e edafo-climáticas extremas. Aqui o terreno é muito declivoso e predominam as formações xistentas. O solo fértil é escasso assim como a água, porém o número de horas de sol é abundante. A paisagem traduz uma relação singular do homem com a natureza que, através do aperfeiçoamento das técnicas de valorização do solo, possibilitou o cultivo da vinha recorrendo-se à construção de socalcos suportados por muros de xisto, bem como a patamares e outras tipologias de implantação da vinha. Ela testemunha modos de organização da vinha de diferentes épocas históricas, que evoluíram com o surgimento de novas tecnologias.
Quinta do Portal (Celeirós)
Segundo os dados mais recentes, o Douro Património Mundial tem funcionado como uma aposta de marketing territorial bem conseguida, sobretudo nos mercados externos, havendo cada vez mais turistas estrangeiros a procurarem esta região vinhateira. Nos últimos 15 anos, e com a aposta na qualificação do turismo na região, surgiu mais alojamento e restauração de qualidade, além de novas infraestruturas de apoio a visitantes e a oferta de programas de animação e culturais que juntam vários parceiros. Paralelamente, a região assistiu a ganhos muito significativos ao nível das infraestruturas, com a construção do Túnel do Marão e da autoestrada transmontana, que representaram passos de gigante, só possíveis pelo aproveitamento de fundos da União Europeia.
Para finalizar deixamos aqui um sítio com Dicas para Viagem ao Douro Vinhateiro.
Algumas datas importantes do ADV:
1678 - A Alfândega do Porto regista, pela 1ª vez, com a designação de Vinho do Porto, os vinhos exportados pela barra do Douro;
1703 - Assinou-se o importante Tratado de Methwen, no Reinado de D.Pedro II, que consistia em reduzir certos direitos sobre os nossos vinhos em troca de abrirmos as portas aos produtos ingleses;
1756 - Foi aprovada a instituição da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro;
1843 - Alguns anos após a extinção da Companhia, por D. Maria II, assiste-se à sua reestruturação, mas com menos poderes;
1907 - Foi redefinida por João Franco a Região Demarcada dos Vinhos Generosos do Douro, pelo Decreto-Lei nº1 de 10 de Maio;
1926 - Foi criado o Entreposto do Douro em Vila Nova de Gaia, destinado ao armazenamento e exportação dos vinhos da Região Demarcada do Douro, pelo Decreto-Lei nº12009 de 31 de Julho;
1932 - Foi criada a Federação Sindical dos Viticultores da Região do Douro, hoje CASA DO DOURO, através do Decreto-Lei nº21883, de 19 de Novembro;
2001 - O Alto Douro Vinhateiro (ADV) foi inscrito na lista do Património Mundial da Humanidade, na categoria de Paisagem Cultural Evolutiva e Viva.

Autor:

Henrique Farias, 6ºA


Ler mais ...

Caminhos de ferro portugueses - 160 anos e agora?


O comboio foi o grande transporte do século XIX e da Revolução Industrial. destronado pelo automóvel e pelo avião, regressa ao primeiro plano por razões ambientais e económicas. Os TGV ("Train de Grande Vitesse" - Comboio de Alta Velocidade) concorrem com os aviões e nas mercadorias há muita coisa em aberto. Até os comboios a vapor podem ter uma nova vida, reconvertidos para fins turísticos. E Portugal que faz no momento em que se celebram os 160 anos do caminho de ferro luso.
Na Inglaterra Oitocentista desenvolveu-se a locomotiva a vapor. Em 1825, George Stephenson levou uma locomotiva que rebocava muitos vagões, entre duas cidades inglesas.
Início das obras da linha de caminho de ferro (1853)
Em Portugal, a chegada do comboio a vapor fez-se tarde. Apenas a 28 de outubro de 1856 se inaugurou o primeiro troço ferroviário de 36 km, entre Lisboa e o Carregado. A locomotiva D. Luís tinha o nome do irmão do rei D. Pedro V e foi construída em Inglaterra, em Manchester. Este acontecimento foi inaugurado, com pompa e circunstância, pelo rei D. Pedro V. Nessa altura, Portugal já tinha 30 anos de atraso em relação à Inglaterra.
O primeiro plano da rede ferroviária para o país ficou a dever-se ao político Fontes Pereira de Melo. Ele foi o grande responsável pelo desenvolvimento do caminho de ferro em Portugal. O seu objetivo era ligar o nosso país ao resto da Europa.
A rede ferroviária portuguesa foi crescendo. Em 1861, o troço Barreiro-Vendas Novas e Pinhal Novo-Setúbal foi inaugurado, era a linha do sul. Nesse mesmo ano o comboio chegou a Badajoz. 
Locomotiva D. Luís e carruagem real D. Maria Pia
As cidades de Lisboa e do Porto só ficaram ligadas em 1864. Em 1865 foi inaugurada a Estação de Santa Apolónia. 
Em 1877 foi inaugurada a Ponte Maria Pia, considerada uma das maiores obras-primas do engenheiro Gustave Eiffel. Esta infraestrutura ferroviária transportava a Linha do Norte sobre o Rio Douro, entre as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia. Foi das primeiras pontes ferroviárias com tabuleiros suportados por arcos metálicos de grandes dimensões. Acabou por ser encerrada em 1991, tendo sido substituída pela Ponte de São João.
Em 1887 surgiu o “Sud-Express”, um comboio de luxo, com carruagens-cama e carruagens-restaurante, que ligava Portugal, Espanha e França. A viagem entre Lisboa e Paris durava só 3 dias.
Sud Express (1896)
Até 1900 foram criadas as linhas da Beira Alta, da Beira Baixa, a linha do Oeste, o ramal de Coimbra e o ramal de Cascais.
Em 1948 chegaram da Suécia as primeiras automotoras, mais rápidas e confortáveis. Em 1964 as viagens de comboio passaram a ser eletrificadas.
Os anos 90 do século XX trouxeram as evoluções tecnológicas, pois as viagens e a reserva de bilhetes passaram a ser informatizadas.
Ao longo dos séculos, o comboio promoveu a circulação de pessoas, bens e de ideias. Desenvolveu o país em diversos setores, melhorando as ligações nacionais e internacionais.
Atualmente é importante um maior investimento no transporte ferroviário para que mais portugueses o utilizem. Existe o reconhecimento dos decisores públicos, de que a ferrovia é estrategicamente importante para o desenvolvimento económico do país, e que face aos resultados operacionais que apresenta a empresa pública Caminhos de Ferro de Portugal (CP) a sua situação é insustentável financeiramente. O presidente da empresa reconhece ainda que são precisas decisões e que devem ser tomadas, após previa auscultação/debate entre todos os interessados: agentes sociais e poderes públicos. O comboio tem de chegar a mais populações e tem de facilitar a circulação de mercadorias. Interessa melhorar uma maior disponibilidade de percursos e horários, mais conforto e segurança nas viagens. Por outro lado, é de valorizar mais o nosso património ferroviário para promover o turismo. Um bom exemplo, é o comboio a vapor que costuma fazer a ligação, para os turistas, entre as estações da Régua e do Tua. Percorrer a linha do Douro é fazer uma viagem ao passado!
Comboio Turístico Régua-Pinhão (Locomotiva a Vapor 0186, construída em 1925 pela Henschel & Son)

Autor:

André Marques, 6ºA

Ler mais ...