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segunda-feira, 6 de julho de 2015

A Europa a caminho da Terra Santa

Batalha entre Muçulmanos e Cruzados Cristãos
 
Num tempo marcado pelas questões do fundamentalismo islâmico, em que os muçulmanos se encontram dentro do espaço europeu pondo em causa a nossa segurança e liberdade nada melhor do que revisitar um momento de choque entre o Oriente e o Ocidente: as Cruzadas, entre os sécs. XI e XIII. Mas, existirá de facto um confronto permanente entre os dois mundos?
Ao longo dos séculos XI a XIII, uma ideia forte percorreu a Europa: organizar expedições militares destinadas a arrancar das mãos dos Muçulmanos os lugares onde viveu e morreu Jesus Cristo. Essas campanhas, mais tarde conhecidas por Cruzadas, marcaram também o início do expansionismo europeu, fenómeno que viria a conhecer o seu apogeu mais tarde.
No dia 18 de novembro de 1095, o Papa Urbano II solicitou a ajuda do povo para conquistar a Terra Santa dos inimigos da Fé (muçulmanos), então decorreu a primeira e a mais importante das cruzadas. Jerusalém foi, assim, conquistado pelos francos e durante algumas décadas existiram estados cristãos latinos no Oriente.
Em 1096, a Cruzada Popular ou dos Mendigos, liderada por Pedro, o Eremita parte para a Terra Santa com o princípio de a conquistar. No mesmo ano, a Cruzada de Barões ou Nobres uniu-se com a Cruzada Popular com o mesmo objetivo (primeira cruzada).
No ano de 1147, devido á fundação do primeiro estado latino, Outremer e a conquista da Cidade Santa organizou-se uma nova expedição militar aos lugares santos (segunda cruzada). Decorre, assim, a conquista de Lisboa, os cruzados ingleses, alemães e flamengos auxiliam D. Afonso Henriques a apoderar-se da futura capital portuguesa. Esta conquista foi o único êxito desta cruzada.Em 1189 ocorreu uma nova campanha militar que tentou compensar o fracasso da cruzada anterior.
Os organizadores da quarta cruzada recorreram ao apoio financeiro de Veneza para conseguirem conquistar a Terra Santa e outras cidades. O magistrado veneziano para os auxiliar propôs o saque da cidade cristã de Zara. Posteriormente, os cruzados francos e venezianos, em vez de atacarem os muçulmanos, saquearam Constantinopla, capital do Império Bizantino, cristão de culto grego.
A quinta cruzada deu-se no ano de 1217 e foi, pela primeira vez, uma campanha militar dirigida ao Cairo no Egito, pois numa paz negociada em 1219 com os muçulmanos, Jerusalém era oferecida aos cristãos, entre outras cidades, em troca da sua retirada do Egito.
Em 1228, as cidades de Jerusalém, Nazaré e Belém na Palestina foram recuperadas pelos cristãos (sexta cruzada) e em 1248 ocorreu a sétima cruzada onde o Rei Luís IX dirigiu as primeiras cruzadas contra o Egito. Mais tarde, morreu de febres na sua segunda expedição em 1270.
Finalmente, em 1272, com a queda da grande fortaleza Krak dos Cavaleiros, terminaram, assim, as cruzadas do Oriente.
Krak dos Cavaleiros, Síria

Após este movimento a Europa enfrentou grandes mudanças culturais. Neste continente, a vida da população permanecia simples e austera. O desconforto era notório, mesmo nos castelos e palácios, e a alimentação era pouco variada. As roupas eram de lã e raramente eram lavadas, à exceção de algumas cidades onde a tradição romana perdurara.
Em contraste nos Estados Latinos do Próximo Oriente, as vestes depressa se orientalizavam. O clima quente e seco depressa ensinou os recém-chegados a adotar os hábitos da população. A convivência entre eles era constante nos mercados, banhos e caravanas. Tapeçarias, mobiliário elegante, faianças requintadas, jóias, bordados de ouro, banhos públicos tornaram-se um hábito constante entre ocidentais…
A maioria dos peregrinos voltava de lá com uma variedade de relíquias e recordações. As mais valorizadas eram a cruz onde Cristo morreu, pedras do Santo Sepulcro, do Calvário, da manjedoura da Natividade e da rocha onde Cristo ascendeu ao Céu…Os peregrinos mais humildes tinham que se contentar com frasquinhos de água do rio Jordão e folhas de palmeira.
Em suma, pelos motivos referidos anteriormente, o impacto das cruzadas fez com que o Próximo Oriente e o continente Europeu se aproximassem. A Europa não voltou a ser a mesma coisa depois deste movimento político, militar e social de grande envergadura.
 
Autores:
 
Ana Mafalda Caetano, 7º A
Catarina Lopes, 7º A
Mafalda Moreira, 7ºA