Uma Experiência fundada na História
Pormenor do portal principal do Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro (Felgueiras) |
Em terras dos vales do Sousa, no coração do Norte de Portugal, ergue-se um importante património arquitetónico de origem românica.O projeto da Rota do Românico teve início há doze anos e tornou-se um elemento impulsionador da economia local.
Esse património encontra-se estruturado na Rota do Românico, criada, em 1998, no nos concelhos que da VALSOUSA - Associação de Municípios do Vale do Sousa - Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel, unindo num projeto supramunicipal um legado histórico e cultural comum.
Ancorada num conjunto de monumentos de grande valor e de excecionais particularidades, esta Rota pretende assumir um papel de excelência no âmbito do turismo cultural e paisagístico, capaz de posicionar a região como um destino de referência do românico. Trilhos e caminhos esperam-no para passeios a pé ou de bicicleta, em comunhão com a natureza.
As inúmeras festas e romarias são o palco privilegiado para um regresso aos mercados de antigamente, animados pelos singulares modos de dançar, tocar e cantar.
O fator religioso, mais do que qualquer outro, contribuiu para a europeização e difusão dos elementos que permitem definir o conceito de românico. O sistema construtivo que caracteriza a arquitetura românica começa a ser definido pouco antes dos meados do século XI. É nas regiões da Borgonha, do Languedoc, do Auvergne e do sudoeste francês e nos reinos peninsulares de Navarra e de Castela, que reside a verdadeira originalidade da criação artística nesta época.
A arte em si é mais antiga que o termo românico, utilizado pela primeira vez em 1818 por Charles de Gerville e Le Prevost, e usado sistematicamente pelo arqueólogo Arcisse de Caumont, que conseguiu batizar com esse termos as construções hoje conhecidas como tais (embora ele tenha incluído também exemplares de períodos anteriores). A arte hoje dita românica foi redescoberta, visto que por um longo tempo foi desprezada, escondida debaixo de reformas e outros estilos, ou mesmo ignorada e destruída.
A arquitetura românica desenvolveu-se na Europa durante a Idade Média (entre os séculos X e XII). Este estilo arquitetónico caracteriza-se pela reinterpretação do arco romano antigo, geralmente semicirculares ou de volta inteira/perfeita. As colunas que sustentam os arcos são tipicamente cilíndricas e cobertas com capitais muitas vezes esculpidos com representações de animais ou plantas, ou símbolos mais ou menos geométricas.
A arte românica é uma arte essencialmente religiosa, dado que as construções obedecem às necessidade do culto religioso, adotando planos ditos centralizados – na maioria dos exemplares – ou o chamado plano basilical que originará o plano da cruz latina. Assim, no geral o edifício tem os seguintes elementos:
- na entrada, o tímpano. Muito simples nos primeiros edifícios românicos, este elemento torna-se mais decorado tanto para tornar mais magnânima a casa de Deus e transformar-se em local de instrução religiosa através de cenas bíblicas; entre os temas representados incluem por exemplo a de Tetramorfo (referindo-se ao Apocalipse e aos símbolos dos quatro evangelistas), do Julgamento Final, entre outros;
- a nave tem vários tramos, com uma abóbada semicircular, ou em abóbada de berço quebrado;
- um transepto geralmente simples, com capelas escalonados ou não; no entanto, existem igrejas sem transepto, no caso dos edifícios mais humildes ou com dois transeptos, em particular na Alemanha, onde desenvolveu a arquitetura Otoniana (relativa ao rei Otão, filho de Carlos Magno);
- uma abside, com ou sem capelas radiantes e uma abóbada em quarto de esfera.
No exterior do edifício, exibindo elementos decorativos inicialmente muito simples como a banda Lombarda (no âmbito da primeira arte românica) e mais rica, com muitas esculturas (no segundo momento da arte românica).
Esse património encontra-se estruturado na Rota do Românico, criada, em 1998, no nos concelhos que da VALSOUSA - Associação de Municípios do Vale do Sousa - Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel, unindo num projeto supramunicipal um legado histórico e cultural comum.
Ancorada num conjunto de monumentos de grande valor e de excecionais particularidades, esta Rota pretende assumir um papel de excelência no âmbito do turismo cultural e paisagístico, capaz de posicionar a região como um destino de referência do românico. Trilhos e caminhos esperam-no para passeios a pé ou de bicicleta, em comunhão com a natureza.
As inúmeras festas e romarias são o palco privilegiado para um regresso aos mercados de antigamente, animados pelos singulares modos de dançar, tocar e cantar.
O fator religioso, mais do que qualquer outro, contribuiu para a europeização e difusão dos elementos que permitem definir o conceito de românico. O sistema construtivo que caracteriza a arquitetura românica começa a ser definido pouco antes dos meados do século XI. É nas regiões da Borgonha, do Languedoc, do Auvergne e do sudoeste francês e nos reinos peninsulares de Navarra e de Castela, que reside a verdadeira originalidade da criação artística nesta época.
A arte em si é mais antiga que o termo românico, utilizado pela primeira vez em 1818 por Charles de Gerville e Le Prevost, e usado sistematicamente pelo arqueólogo Arcisse de Caumont, que conseguiu batizar com esse termos as construções hoje conhecidas como tais (embora ele tenha incluído também exemplares de períodos anteriores). A arte hoje dita românica foi redescoberta, visto que por um longo tempo foi desprezada, escondida debaixo de reformas e outros estilos, ou mesmo ignorada e destruída.
A arquitetura românica desenvolveu-se na Europa durante a Idade Média (entre os séculos X e XII). Este estilo arquitetónico caracteriza-se pela reinterpretação do arco romano antigo, geralmente semicirculares ou de volta inteira/perfeita. As colunas que sustentam os arcos são tipicamente cilíndricas e cobertas com capitais muitas vezes esculpidos com representações de animais ou plantas, ou símbolos mais ou menos geométricas.
A arte românica é uma arte essencialmente religiosa, dado que as construções obedecem às necessidade do culto religioso, adotando planos ditos centralizados – na maioria dos exemplares – ou o chamado plano basilical que originará o plano da cruz latina. Assim, no geral o edifício tem os seguintes elementos:
- na entrada, o tímpano. Muito simples nos primeiros edifícios românicos, este elemento torna-se mais decorado tanto para tornar mais magnânima a casa de Deus e transformar-se em local de instrução religiosa através de cenas bíblicas; entre os temas representados incluem por exemplo a de Tetramorfo (referindo-se ao Apocalipse e aos símbolos dos quatro evangelistas), do Julgamento Final, entre outros;
- a nave tem vários tramos, com uma abóbada semicircular, ou em abóbada de berço quebrado;
- um transepto geralmente simples, com capelas escalonados ou não; no entanto, existem igrejas sem transepto, no caso dos edifícios mais humildes ou com dois transeptos, em particular na Alemanha, onde desenvolveu a arquitetura Otoniana (relativa ao rei Otão, filho de Carlos Magno);
- uma abside, com ou sem capelas radiantes e uma abóbada em quarto de esfera.
No exterior do edifício, exibindo elementos decorativos inicialmente muito simples como a banda Lombarda (no âmbito da primeira arte românica) e mais rica, com muitas esculturas (no segundo momento da arte românica).
Mosteiro Paço de Sousa (Penafiel) - início do séc. XX |
No final do primeiro românico aparecem os deambulatórios cujo desenvolvimento é explicado pela explosão do culto das relíquias e romarias, permitindo aos peregrinos deambular em volta do altar central.
O românico nasceu no contexto da reforma gregoriana, na procura de afirmar o poder do Papa em detrimento do poder dos senhores feudais e dos reis e imperadores, detentores do poder temporal. A nível litúrgico a reforma procurava uma maior introspeção dos crentes no espaço religioso e obrigar os fiéis a refletirem sobre a sua conduta. Essa reflexão seria conseguida pela observação da decoração e pela fraca luminosidade interior, apelando à intimidade com Deus.
O estilo românico surge em Portugal no final do século XI, no âmbito de um fenómeno mais vasto de europeização da cultura. A expansão da arquitetura românica, em Portugal, coincide com o reinado de D. Afonso Henriques. Foi nesta época que se iniciaram as obras das Sés de Lisboa, de Coimbra e do Porto e que se construiu o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.
A Rota do Românico, segundo o prospeto de divulgação, é “uma rota fundada nas memórias do Românico, que convida a uma viagem inspiradora a lugares com História, junto de singulares conjuntos monásticos, igrejas, capelas, memoriais, pontes, castelos e torres senhoriais, amadurecida em terra forjada de verde, repleta de sabores e sabores.”
Na atualidade, a rota é composta por 58 monumentos distribuídos 12 concelhos, três vales, Douro, Tâmega e Sousa. No contexto do românico português, a arquitetura românica do Tâmega e Sousa apresenta características muito peculiares e muito próprias desta região.
A singularidade da sua escultura reside nos temas e nas técnicas. Nos capitéis e nos longos frisos a escultura é muito bem desenhada e plana, utilizando a técnica do bisel, muito utilizada nas Épocas Visigótica e Moçárabe.
O românico nasceu no contexto da reforma gregoriana, na procura de afirmar o poder do Papa em detrimento do poder dos senhores feudais e dos reis e imperadores, detentores do poder temporal. A nível litúrgico a reforma procurava uma maior introspeção dos crentes no espaço religioso e obrigar os fiéis a refletirem sobre a sua conduta. Essa reflexão seria conseguida pela observação da decoração e pela fraca luminosidade interior, apelando à intimidade com Deus.
O estilo românico surge em Portugal no final do século XI, no âmbito de um fenómeno mais vasto de europeização da cultura. A expansão da arquitetura românica, em Portugal, coincide com o reinado de D. Afonso Henriques. Foi nesta época que se iniciaram as obras das Sés de Lisboa, de Coimbra e do Porto e que se construiu o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.
A Rota do Românico, segundo o prospeto de divulgação, é “uma rota fundada nas memórias do Românico, que convida a uma viagem inspiradora a lugares com História, junto de singulares conjuntos monásticos, igrejas, capelas, memoriais, pontes, castelos e torres senhoriais, amadurecida em terra forjada de verde, repleta de sabores e sabores.”
Na atualidade, a rota é composta por 58 monumentos distribuídos 12 concelhos, três vales, Douro, Tâmega e Sousa. No contexto do românico português, a arquitetura românica do Tâmega e Sousa apresenta características muito peculiares e muito próprias desta região.
A singularidade da sua escultura reside nos temas e nas técnicas. Nos capitéis e nos longos frisos a escultura é muito bem desenhada e plana, utilizando a técnica do bisel, muito utilizada nas Épocas Visigótica e Moçárabe.
Agora é visitar os nossos monumentos românicos e aproveitar a nossa cultura. Deixamos aqui um cheirinho como vídeo promocional.
Autor:
Tomás Lopes Moura, 7ºB